A ofensiva da oposição – apoiada por partidos da base do governo – contra o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) já resultou na apresentação de 42 projetos no Congresso para barrar os decretos do governo.Mesmo após a “recalibragem” do Executivo, que editou uma nova norma na quinta-feira (11), foram protocolas 14 propostas para sustar o novo texto. Levantamento feito pela CNN mostra que, no total, são 37 projetos apresentados na Câmara e cinco no Senado desde o primeiro anúncio das mudanças no IOF, em maio.Em recado sobre a insatisfação dos congressistas com as medidas do governo, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu pautar na segunda-feira (16) a urgência para a derrubada do decreto do IOF. Leia Mais: Comissão de Orçamento acende alerta para alta de gastos do governo em 2026 Combate à ilegalidade de combustíveis dobraria arrecadação da MP do governo Medidas não têm objetivo de aumentar carga tributária, diz secretário Se for a urgência for aprovada, o texto poderá ser analisado diretamente no plenário, sem passar pelas comissões da Casa. Na prática, a tramitação da proposta será acelerada.O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), negou que haja uma “crise” sobre o tema. Segundo ele, o afirmou que o acordo firmado com Motta e os líderes partidários é para votar apenas a urgência e não o mérito da proposta em si. A oposição, no entanto, votar no mesmo dia o projeto.A CNN apurou que a oposição deve pedir o apensamento de todos os projetos que tratam da derrubada dos decretos relacionados ao IOF. No plenário, o grupo mira articular um texto substitutivo para reunir as revogações dos três decretos que alteram as regras do IOF editados a partir de maio.Análise: Governo publica medidas para substituir alta do IOF | WWPDLs contra o IOFA maioria dos Projetos de Decreto Legislativo (PDLs) no Congresso é patrocinada pela oposição, que incluem 25 propostas apresentadas por congressistas do Partido Liberal (PL) e do Novo.Parte das propostas, no entanto, tem a autoria de parlamentares de partidos da base aliada do governo que comandam ministérios na Esplanada. É o caso de propostas de integrantes do União Brasil, PP, MDB e Republicanos.Um dos projetos tem a assinatura conjunta de 34 deputados do União Brasil – no total, a bancada na Casa tem 60 integrantes. A sigla tem o comando de três ministérios do governo Lula: Comunicações, Turismo e Desenvolvimento Regional. Junto do PP, o partido anunciou que analisará fechar questão contra os aumentos anunciado pelo Executivo.O levantamento considerou matérias apresentadas a partir de 22 de maio, quando o governo anunciou as primeiras alterações nas alíquotas, até sexta-feira (13), após o novo decreto que buscou recalibrar o aumento.Os PDLs são propostas que regulam ou anulam atos do Poder Legislativo. Se forem aprovados, esses instrumentos não passam pela sanção do presidente da República.O aumento no IOF foi inicialmente anunciado em 22 de maio e, no mesmo dia, contou com um recuo parcial do Executivo. No dia seguinte, ante a repercussão negativa no mercado, o Ministério da Fazenda decidiu revogar o aumento do imposto para investimentos de fundos nacionais no exterior.A insatisfação do empresariado e de parlamentares motivou a cúpula do Congresso a dar um prazo para o governo rever as medidas. O governo publicou na quarta-feira (11) um novo decreto “recalibrando” as mudanças no IOF – a medida faz parte do pacote de propostas alternativas elaborado pela equipe econômica.A intenção do governo com as alterações no IOF mirava elevar a arrecadação para equilibrar as contas públicas com impacto de R$ 18 bilhões em 2025 e R$ 37 bilhões em 2026. Após as novas mudanças, a estimativa é de arrecadar cerca de até R$ 7 bilhões.