O número de foguetes lançados ao espaço aumentou significativamente nas últimas décadas. Estes equipamentos fazem parte de missões científicas ou oferecem serviços como a internet da SpaceX, de Elon Musk.Apesar destes benefícios, este cenário pode ser bastante prejudicial para a camada de ozônio. É isso o que revela um novo artigo publicado no portal The Conversation pelas professoras Laura Revell e Michele Bannister, da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia.Projeções apontam que a camada de ozônio diminuiria em até 3% ao ano (Imagem: NASA)Camada de ozônio ainda está se recuperandoA camada de ozônio é uma região na estratosfera (camada da atmosfera terrestre entre 15 e 55 km) onde se concentra a maior parte do ozônio (O3).Ela é fundamental para filtrar a radiação ultravioleta (UV-B) do Sol. A região foi fortemente prejudicada nas últimas décadas, mas está se recuperando lentamente graças a acordos de cooperação global.No entanto, as pesquisadores apontam que gases e partículas emitidos por foguetes podem afinar a camada de ozônio. Este preocupante cenário se tornaria realidade caso o número de lançamentos destes dispositivos aumentasse consideravelmente, algo que pode não estar tão distante.Leia maisBrasil! Foguete será lançado na base de Alcântara ainda este anoElon Musk quer lançar foguete para Marte no ano que vemChina lança foguete inovador movido a metanoLançamento de foguetes está aumentando (Imagem: SpaceX/divulgação)Maiores efeitos seriam observados na AntártidaEm 2019, foram 102 lançamentos de foguetes. Já no ano passado, esse número aumentou para 258. A expectativa é que esta marcas seja superada novamente neste ano, com a indústria aeroespacial em constante crescimento.De acordo com as professoras, um sinal de alerta seria ligado se estas taxas atingirem dois mil lançamentos por ano. Neste caso, a atual recuperação da camada de ozônio seria interrompida, iniciando um novo processo de degradação.Antártida seria a mais impactada pela degradação da camada de ozônio (Imagem: Harvepino/Shutterstock)Projeções apontam que a camada de ozônio diminuiria em até 3% ao ano. Devido ao transporte atmosférico de produtos químicos emitidos por foguetes, os maiores efeitos seriam verificados sobre a Antártida.Segundo o artigo, os impactos não seriam devastadores, mas traria prejuízos a alguns ecossistemas. A solução é adotar de forma imediata novos sistemas para tornar os lançamentos de foguetes menos prejudiciais ao meio ambiente, ou simplesmente reduzir o número de novas atividades no espaço.Felizmente, as perdas de ozônio são pequenas. Não esperaríamos ver danos catastróficos aos seres humanos ou aos ecossistemas. No entanto, as perdas são significativas, dados os esforços globais em andamento para curar a camada de ozônio. A abundância global de ozônio ainda é cerca de 2% menor do que antes do início das perdas causadas pelos clorofluorcarbonos.Artigo publicado no The ConversationO post Aumento nos lançamentos de foguetes pode prejudicar a camada de ozônio apareceu primeiro em Olhar Digital.