O governo federal apresentou a Medida Provisória (MP) em alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sem detalhes do impacto fiscal.O texto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), na noite desta quarta-feira (11).Momentos depois, o Ministério da Fazenda divulgou nota sobre a MP, afirmando que as ações “constroem isonomia tributária, corrigem distorções e consolidam o equilíbrio fiscal” — mas sem explicar em números quais os efeitos das propostas nas contas públicas do governo. Leia Mais Veja ponto a ponto o que muda com MP de alternativas ao IOF MP com alternativas ao IOF unifica IR para aplicações financeiras em 17,5% Banco Mundial encerra proibição de projetos de energia nuclear A falta de detalhes causou ira no grupo de WhatsApp dos jornalistas que cobrem o Ministério da Fazenda, com reiterados pedidos de explicações sobre os impactos fiscais.A MP foi uma alternativa costurada entre o governo federal e líderes do Congresso para substituir o decreto da elevação do IOF, divulgado pelo Executivo no fim de maio.O texto original previa a arrecadação de R$ 61 bilhões em dois anos: R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. O valor, porém, reduziu em cerca de R$ 2 bilhões após recuo do governo em parte do decreto.Inicialmente, logo após o anúncio da alta do IOF, a Fazenda já havia recuado e zerado a tributação para fundos que investem no exterior.Agora, com as medidas alternativas, o governo reduziu a alíquota fixa do IOF aplicável ao crédito para empresas de 0,95% para 0,38%. Já o imposto para operações de risco sacado não tem mais alíquota fixa, apenas a diária, de 0,0082%, o que representa uma redução de 80% na tributação do risco sacado.Por outro lado, foi estabelecida uma alíquota fixa de 0,38% na aquisição primária de cotas de Fundos de Investimento em Direito Creditório (FDIC). Segundo o governo, o objetivo da ação é “mitigar distorções em instituições diferentes, mas que ofertam operações de crédito similares”.Já na previdência privada, o governo ampliou de R$ 50 mil para R$ 300 mil o valor do aporte sobre o qual o IOF começa a a incidir, movimento este adotado visando “evitar problemas operacionais nas entidades seguradoras”.A partir de 2026, o imposto passa a incidir nos aportes que excederem R$ 600 mil, independente se foram depositados em uma ou várias instituições.Ademais, as contribuições patronais passam a ser isentas de IOF.Quanto ao câmbio, o governo retomou a isenção sobre o retorno de investimentos diretos estrangeiros feitos no Brasil.Dentre as medidas alternativas, o governo retirou a isenção de IR para aplicações em LCA e LCI, além de elevar a taxação sobre bets de 12% para 18%.Análise: MP de Haddad não deve passar no Congresso | Fechamento de Mercado