Embora seja conhecido internacionalmente como o país da “breja gelada” e do futebol, o Brasil vem, pouco a pouco, expandindo a presença no mercado etílico para outras searas, como o vinho. Segundo dados da consultoria IWSR, o consumo médio per capita em território tupiniquim saltou de 1,8 litro em 2019 para 2,7 litros em 2022, patamar que foi mantido nos anos seguintes, mesmo com outros países enfrentando duras recessões.As estimativas mundiais são amargas, e espera-se que o consumo de vinho caia 1% ao ano até 2026. A onda de “azar”, porém, passa longe do solo verde e amarelo. Por aqui, é tempo de brinde. Com diversos eventos em torno desse universo, a valorização de rótulos feitos em solo nacional e uma abertura de casas especializadas voltadas a um público jovem, o vinho vive um momento de expansão — e que parece longe de ser modinha momentânea. Leia também Distrito Federal Expovitis 2025: Brasília recebe 2ª edição de feira de vinhos nacionais Claudia Meireles Chef ensina técnica fácil para deixar o vinho gelado por mais tempo Claudia Meireles Noite de vinhos marca Dia Mundial do Malbec na embaixada da Argentina Ilca Maria Estevão Saiba 5 dicas simples para limpar manchas de vinho das roupas Apesar disso, na hora da compra, não é raro que as opções “de sempre” sejam levadas para casa. De malbec a cabernet, figurinhas carimbadas representam conforto e, por isso, costumam ser a escolha mais rápida. No entanto, o mundo é vasto e, com ele, surgem novos cortes, castas e oportunidades de goles memoráveis.Se você não tem ideia de onde começar, mas pretende ir além dos clássicos, confira abaixo uvas “diferentonas” eleitas por experts do Distrito Federal que valem um espacinho na sua adega.Adriana Nasser, jornalista produtora de feiras de vinhos: uvas palava, saperavi, ugni blanc e egiodola“Sempre que alguém me pede dica de vinho, tento apresentar uma uva diferente. Mesmo que não seja novidade pra mim, uma gewürztraminer, riesling e até mesmo uma tempranillo ainda são desconhecidas da grande maioria das pessoas. Se você é do time malbec e cabernet sauvignon, saiba que tem muitas uvas diferentes além das tradicionais que valem a pena serem provadas. Para quem quer conhecer novidades, é bom lembrar que existem mais de 8 mil tipos de uvas vitis viníferas, ou seja, uvas para vinho, pelo mundo. Então, quando for comprar um vinho, procure uma uva que ainda não provou como, palava (República Tcheca), saperavi (Georgia), ugni blanc (França), egiodola (França), são algumas pra começar, pois são fáceis de encontrar em lojas, restaurantes e até mercados.”16 imagensFechar modal.1 de 16Arte/Metrópoles2 de 16Arte/Metrópoles3 de 16Arte/Metrópoles4 de 16Arte/Metrópoles5 de 16Arte/Metrópoles6 de 16Arte/Metrópoles7 de 16Arte/Metrópoles8 de 16Arte/Metrópoles9 de 16Arte/Metrópoles10 de 16Arte/Metrópoles11 de 16Arte/Metrópoles12 de 16Arte/Metrópoles14 de 16Arte/Metrópoles15 de 16Arte/Metrópoles16 de 16Arte/Metrópoles Alexandre Azevedo, sommelier da Vinhos S/A: uva ancellota“Os vinhos feitos com essa casta de origem italiana (região da Emília-Romagna) são de grande intensidade de cor e aroma, com taninos maduros e acidez equilibrada. Ganhando cada vez mais admiradores, vêm sendo amplamente cultivados, principalmente na Serra Gaúcha, gerando excelentes resultados.”O universo do vinho é imenso, e cabe experimentar rótulos diferentões para expandir seu repertórioGilvan Oliveira, sommelier do Don Romano: uva alfrocheiro“A uva alfrocheiro é uma variedade tinta da região de Dão, e uma uva que tem seus cachos curtos e bagos com alto teor de açúcar natural o que consiste em produzir vinhos com teor alcoólico bem elevados. Essa variedade se deu muito bem no Dão por ter um clima seco e quente, o que faz com que ela fique livre de umidade. Ela precisa de um cuidado especial no seu cultivo, como podas controladas, o que faz com que seus vinhos tenham taninos bem equilibrados e frutados. Na maioria, são encontrados aromas silvestres e de amoras.”Júlio Borges, sommelier do restaurante Taypá: uva Arinarnoa“Foi criada das mais nobres variedades: cabernet Sauvignon e tannat. Original da França, essa uva foi desenvolvida para combinar o melhor das características de suas ‘parentes’ e se adaptar bem a diferentes climas e terroirs.”