Petróleo dispara e futuros dos EUA caem após alerta de Trump sobre Teerã

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Os mercados globais foram abalados nas primeiras horas do pregão na Ásia depois que o presidente Donald Trump pediu a evacuação de Teerã — um comentário que contrastou com o otimismo anterior de que a guerra entre Israel e Irã não se ampliaria para um conflito regional mais amplo.Os futuros das bolsas dos EUA recuaram, enquanto o petróleo subiu quase 2% após a postagem de Trump nas redes sociais, feita durante a cúpula do G7 em Alberta. Não ficou claro a que ele se referia exatamente, mas, horas antes, Trump havia dito que o Irã queria um acordo. O petróleo havia caído anteriormente, com sinais de que o conflito no Oriente Médio poderia não afetar a produção de petróleo bruto.Os contratos futuros apontavam para leves altas em Tóquio e Hong Kong e estabilidade na abertura em Sydney, após o retorno do apetite por risco em Wall Street na segunda-feira, que levou o índice S&P 500 a subir cerca de 1%.Houve sinais mistos sobre a confiança dos investidores na economia dos EUA, já que os Treasuries de vencimentos mais longos continuaram a registrar desempenho inferior, mesmo após a venda de US$ 13 bilhões em títulos de 20 anos, que atingiram o rendimento esperado — uma melhora em relação ao leilão do mês passado, que havia decepcionado e gerado uma forte liquidação. O dólar permaneceu praticamente estável.Mais cedo, Trump havia dito que o Irã queria discutir uma saída pacífica para o conflito com Israel, embora os dois países tenham trocado ataques pelo quarto dia consecutivo. Questionado sobre um possível envolvimento militar maior dos EUA, o presidente respondeu que não queria comentar.Segundo o Wall Street Journal, Teerã estaria sinalizando disposição para reduzir as hostilidades com Israel e retomar as negociações nucleares com os EUA — desde que Washington não se envolva diretamente nos ataques israelenses. Reportagem semelhante da Reuters afirma que o Irã transmitiu essa mensagem por meio de Qatar, Arábia Saudita e Omã.A eclosão das hostilidades entre Israel e Irã interrompeu o impulso que havia levado o S&P 500 a se aproximar de níveis recordes. Inicialmente, os mercados adotaram uma postura cautelosa, aguardando os desdobramentos do conflito, mas o sentimento melhorou na segunda-feira com a percepção de que os ataques não atrairiam outros países.“O foco seguirá nos desdobramentos geopolíticos, mas enquanto o conflito permanecer restrito entre Israel e Irã, é improvável que tenha impacto material nos mercados”, disse Tom Essaye, do The Sevens Report.Investidores asiáticos também estarão atentos à cúpula do G7 em Alberta, no Canadá, onde Trump se reuniu na segunda-feira com o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba. Tóquio busca a remoção total das tarifas impostas pelos EUA, incluindo a alíquota de 25% que afeta fortemente as exportações da indústria automotiva. Sem um acordo, a quarta maior economia do mundo corre o risco de entrar em recessão técnica.Na China, o humor do mercado melhorou na segunda-feira com a divulgação de dados de vendas no varejo acima do esperado em maio, o que trouxe algum alívio frente às tarifas dos EUA. Ainda assim, o ímpeto pode não durar, já que forças deflacionárias persistem e o mercado imobiliário mostra sinais de deterioração.Apesar do alívio momentâneo nos mercados dos EUA, o Oriente Médio continua em tensão. Israel lançou um ataque contra o campo de gás South Pars, forçando a paralisação de uma plataforma de produção, após os bombardeios às instalações nucleares e à liderança militar do Irã na semana passada. No entanto, até agora, infraestruturas críticas para exportação de petróleo bruto foram poupadas, e não houve bloqueio no estratégico Estreito de Ormuz.Cerca de um quinto da produção diária global de petróleo passa por essa estreita rota marítima, e os preços podem disparar ainda mais caso o Irã tente interromper os embarques.As tensões no Oriente Médio se somam ao desafio que os principais bancos centrais enfrentam ao avaliar os riscos à inflação e ao crescimento, diante de tarifas e fluxos comerciais instáveis.Nos EUA, o foco agora se volta para a decisão do Federal Reserve na quarta-feira, com expectativa de manutenção dos juros. Investidores esperam que o presidente do Fed, Jerome Powell, ofereça pistas sobre o que poderia motivar um eventual corte — e quando isso poderia ocorrer.“Ele pode descrever os dados recentes de inflação como encorajadores, mas também minimizar sua importância diante das incertezas à frente, como tarifas, política fiscal e o recente salto nos preços do petróleo por conta das tensões geopolíticas”, afirmou David Doyle, do Macquarie Group. “No geral, os riscos para os mercados em 2025 estão inclinados para um tom mais hawkish após essa comunicação.”The post Petróleo dispara e futuros dos EUA caem após alerta de Trump sobre Teerã appeared first on InfoMoney.