Há apenas algumas décadas, os cientistas não eram capazes de precisar o número de asteroides potencialmente perigosos para o nosso planeta, além do poder destrutivo deles. Um cenário que, hoje, é completamente diferente.Diversas missões já foram realizadas para para coletar amostras e até mesmo desviar a rota destas rochas espaciais. Agora, a Fundação b612, também conhecida como Asteroid Institute, anunciou o lançamento do ADAM, o primeiro software online para calcular futuros impactos contra a Terra.Imagem conceitual de asteroides próximos da Terra (Imagem: buradaki/Shutterstock)Informações ajudam a mitigar possíveis efeitos de impactos de asteroidesEm artigo publicado no The Conversation, Josep M. Trigo Rodríguez, do Instituto de Ciencias del Espacio, da Espanha, explica que somente descobrindo os asteroides a tempo e conhecendo suas órbitas com precisão é que podemos prever seus movimentos em uma escala de anos, décadas ou séculos no futuro.Este conhecimento nos dá a oportunidade de mitigar os efeitos de eventuais impactos. É por isso que o lançamento do novo software online é considerado uma revolução. O sistema ADAM é capaz de fornecer uma estimativa realista e gráfica da probabilidade de impacto de vários asteroides conhecidos. Sistema é capaz de apresentar possíveis trajetórias de objetos espaciais (Imagem: divulgação/Asteroid Institute)Como exemplo, é mostrado o encontro do asteroide 2010 RF12 com o sistema Terra-Lua na noite de 5 para 6 de setembro de 2095. O programa mostra vários clones espalhados no espaço para representar a incerteza atual nos elementos orbitais. Isso se traduz em um corredor de risco que indica as áreas onde um impacto pode ser esperado, facilitando a antecipação de uma evacuação futura, caso seja considerada necessária.Josep M. Trigo Rodríguez, do Instituto de Ciencias del EspacioEm outras palavras, a nova tecnologia apresenta as possíveis trajetórias que o asteroide seguiria em 2095. Neste caso específico, há 5,3% de possibilidade de uma colisão com o nosso planeta.Leia maisAsteroide pode atingir a Lua? Saiba tudo no Olhar EspacialAsteroides escondidos ao redor de Vênus ameaçam a Terra, diz estudoAsteroide recém-descoberto passa “de raspão” pela TerraObservatório Vera Rubin, no Chile, conta com a maior câmera digital do mundo instalada (Imagem: RubinObs/NOIRLab/SLAC/NSF/DOE/AURA/H. Stockebrand)Identificação de ameaças se tornará mais rápidaPara evitar ou atenuar os impactos de asteroides, no entanto, é preciso identificar a presença deles.Desde a primeira aplicação da fotografia no registro do céu, há 225 anos, já foram identificados 1,5 milhão de rochas especiais.Um trabalho que deve ficar ainda mais rápido e fácil com o Observatório Vera Rubin, no Chile.Ele é capaz de varrer todo o céu do hemisfério sul a cada três dias, podendo dobrar o número de asteroides conhecidos e outros objetos remotos em menos de um ano.O objetivo é detectar qualquer ameaça várias semanas antes de possíveis colisões com a Terra.O post Nunca foi tão fácil identificar asteroides perigosos apareceu primeiro em Olhar Digital.