IOF: governo não descarta corte em emendas caso medidas não passem

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O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), minimizou a crise entre Executivo e Legislativo em meio à busca por alternativas à elevação do IOF. Mais cedo, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) anunciou que pautará a votação da urgência do projeto que susta decreto que “recalibrou” as alíquotas do imposto.Guimarães afirmou que esteve com os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais. Segundo ele, o anúncio de Hugo Motta, decidido após reunião com lideranças da Câmara, foi recebido com “naturalidade” e “tranquilidade” pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não é crise, é uma situação preocupante”, disse. Leia também Brasil IOF: Senado aceita discutir fintechs na MP, mas resiste taxar títulos Igor Gadelha O “susto” de Motta no governo com o IOF São Paulo PT cede ao Centrão e abre mão de relatoria do Orçamento por MP do IOF Brasil Motta pauta urgência para votar projeto que susta decreto do IOF “O que eu ouvi lá [na reunião de líderes] é que todos têm compromisso na busca de uma solução. Sabe por quê? Se não tiver essa solução que o ministro Haddad está apresentando, sabe o que vai acontecer no dia 21 [de julho, quando sai relatório bimestral de receitas e despesas]? Novos cortes e novos contingenciamentos e aí o contingenciamento e corte será linear, atingindo todas as despesas discricionárias, inclusive as emendas parlamentares”, afirmou Guimarães a jornalistas nesta quarta-feira.O líder do governo ainda defendeu que o aumento do IOF é “emergencial” e uma estratégia para fazer frente aos contingenciamentos e aos bloqueios. “[É a melhor maneira] até para cumprir o arcabouço e não pedalar. Nós tivemos que fazer esse IOF para não dar pedalada, para depois não fazerem acusações de que o governo está desrespeitando as diretrizes do arcabouço”.Guimarães, entretanto, afirmou que a inclusão do PDL na pauta da próxima semana não foi unanimidade entre os líderes e que há disvergência na interpretação sobre as consequências de uma eventual suspensão. “É apenas um sinal para o governo, um sinal político que votará a urgência na segunda-feira desse PDL”, destacou.O governo havia anunciado a alta no IOF no fim de maio, para arrecadar mais R$ 20 bilhões e atingir a meta fiscal deste ano. A medida teve forte reação do mercado e do Congresso, e ficou acordado, no último domingo (8/6), que o governo diminuiria o aumento e enviaria uma medida provisória com outras alternativas de arrecadação. O texto foi enviado na quarta-feira (11/6).Oposição e partidos da base, entretanto, anunciaram que não apoiariam o Planalto com as medidas arrecadatórias. Eles afirmam que não há como apoiar iniciativas que aumentem impostos, mesmo no caso do pacote do Ministério da Fazenda, que visa uma contribuição maior dos mais ricos.