Ibovespa - Foto: iStockO Ibovespa registrou seu segundo dia consecutivo de alta e fechou nesta quarta-feira (11) em 137.128,04 pontos, avanço de 0,51% em relação ao resultado da véspera. O índice da B3 oscilou entre a mínima de 135.627,75 e a máxima de 137.530,69 pontos, com giro financeiro de R$ 21,6 bilhões.Na semana, o Ibovespa acumula alta de 0,75% e, no mês, “virou” para o positivo (+0,07%) com o resultado desta quarta. No ano, o índice acumula ganho de 14,00%.O resultado se consolidou no período da tarde puxado pelo bom desempenho das ações de bancos e da Petrobras (PETR4), em dia de forte avanço para os preços do petróleo. Lá fora, os dados do CPI, a inflação ao consumidor dos EUA, com alta de 0,1% em maio e de 2,4% no acumulado de 12 meses, trouxe uma sede maior do mercado na busca por ativos de risco.“A inflação mais fraca nos Estados Unidos traz um otimismo maior para a busca por remuneração melhor nos ativos de risco, com expectativa de que venha a se iniciar, em algum momento, um ciclo global de redução de juros”, diz Rubens Cittadin, operador de renda variável da Manchester Investimentos. Ele observa que tal tese dá suporte à percepção de manutenção de fluxo para países com juros ainda bem competitivos, favoráveis ao carry trade, como é o caso do Brasil.O avanço nas negociações comerciais entre China e EUA também trouxe um pensamento positivo. “Esse cenário contribui para acalmar o mercado e, em especial, para uma boa recuperação dos preços do petróleo na sessão, ajudando o setor na B3, com Petrobras à frente”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.“Está claro que a China, naturalmente, quer voltar a aumentar a exportação para os Estados Unidos porque, apenas em maio, teve queda de 34% nas vendas para o país”, completa Alison Correia, analista e cofundador da Dom Investimentos. Ibovespa: confira as principais altas e baixas do diaEntre os bancos, o principal destaque positivo ficou com o Santander (SANB11, +4,65%), impulsionado pela elevação, pelo UBS BB, da recomendação das ações do banco para compra, assim como do preço-alvo, de R$ 30 para R$ 38. O Bradesco (BBDC3, +2,70%; BBDC4, +3,10%) também subiu, ao contrário do Banco do Brasil (BBAS3, -0,65%, mínima do dia no fechamento).Entre as petroleiras, além da Petrobras (PETR3, +2,93%; PETR4, +3,33%), Brava Energia (BRAV3, +3,03%) e PetroReconcavo (RECV3, +2,70%) também registraram bons resultados. Já o setor metálico foi mal, com Vale (VALE3) em queda de 0,88%, e destaque negativo para Gerdau (GGBR4, -3,68%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, -3,92%), com a reversão do “trade” relacionado a tarifas, após sinais iniciais de progresso nas negociações entre Estados Unidos e China que reduzem a vantagem das plantas norte-americanas da companhia no contexto da guerra tarifária.Bolsas de Nova York com olhar para negociações com a ChinaAs bolsas de Nova York fecharam sem direção única, após queda nas últimas horas do dia, equilibrando-se entre incertezas sobre o acordo comercial preliminar entre China e EUA e sinais de tensões no Oriente Médio.Confira os fechamentos do dia em Nova York:Dow Jones: 42.865,77 (-0,001%)S&P 500: 6.022,24 (-0,27%)Nasdaq: 19.615,88 (-0,50%)As bolsas de Nova York já exibiam dificuldades para sustentar o ímpeto dos ganhos do início do dia, em meio à falta de detalhes sobre o acordo comercial preliminar firmado na terça entre EUA e China. A avaliação de analistas é de que, ainda que seja ratificado pelos líderes dos dois países, o pacto não representa uma solução final para as disputas sino-americanas. Nesta quarta, o jornal The Wall Street Journal revelou que Pequim decidiu manter um limite de seis meses para as licenças de exportação de terras raras, ponto sensível nas negociações. À tarde, houve uma piora no clima do mercado, após relatos de que os EUA estariam preparando uma evacuação de equipes não essenciais em sua embaixada no Iraque.Durante o dia, os dados do CPI levaram tanto o presidente Donald Trump como o vice, J. D. Vance, a pressionar pela queda dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na reunião da próxima semana. Trump pediu uma queda de 1 ponto percentual nas taxas, hoje no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano.“Números excelentes! O Fed deveria cortar um ponto porcentual inteiro. Pagaríamos muito menos juros sobre a dívida vencendo”, escreveu Trump em postagem na rede Truth Social. Vance, por sua vez, preferiu criticar a postura da autoridade monetária. “O presidente vem dizendo isso há algum tempo, mas está ainda mais claro: a recusa do Fed em cortar os juros é uma negligência monetária”, escreveu o vice no T (antigo Twitter).Com Estadão Conteúdo