O BTG Pactual revisou sua projeção para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira (18) e, agora, prevê uma alta de 0,25 ponto percentual (p.p.) na Selic. O banco espera que a taxa fique estável em 15% até o fim de 2025.A economista do banco, Iana Ferrão, afirma que a reavaliação da projeção vem após uma sequência de indicadores que apontam “atividade resiliente e inflação de serviços ainda elevada, em um contexto de expectativas desancoradas”. Esse cenário reforça a necessidade de um ajuste residual.Ferrão ainda diz que a manutenção dos juros não parece a resposta mais apropriada no atual contexto, embora compatível com a comunicação anterior.VEJA TAMBÉM: A Super Quarta acontece amanhã: qual será a decisão de Gabriel Galípolo? Confira a cobertura completa do Copom com análises exclusivasEm um ambiente de expectativas desancoradas e com a política monetária transmitida de forma ainda parcial, a elevação da Selic em 0,25 p.p. é “a estratégia mais eficaz para consolidar o processo de desinflação, assegurando a credibilidade do ciclo já implementado e mitigando o risco de necessidade de aperto mais custoso adiante”.A avaliação é que uma interrupção prematura do ciclo, sem maior evidência de transmissão eficaz da política monetária, pode comprometer a convergência da inflação para a meta.O banco também destaca que o momento atual é uma oportunidade para o Comitê reforçar sua credibilidade. “O Copom deverá aproveitar este momento para reforçar seu compromisso com a convergência da inflação à meta, realizando um ajuste residual”, diz.Quando começa o ciclo de cortes da Selic?Apesar da expectativa de elevação nesta semana, o BTG vê a reunião de junho como o encerramento do atual ciclo de aperto monetário. O banco projeta que os efeitos da Selic em patamar restritivo devem começar a se tornar mais visíveis nos dados de atividade a partir do segundo semestre.Diante deste cenário, o início dos cortes da taxa básica de juros deve ficar somente para 2026.“Com a consolidação da moderação da demanda, estimamos que a inflação de serviços iniciará trajetória mais consistente de convergência no início de 2026, criando condições para o início do ciclo de flexibilização no primeiro trimestre do próximo ano”, avalia Ferrão.A economista, no entanto, alerta que a política monetária segue sob risco de menor efetividade caso o governo adote uma resposta fiscal expansionista à desaceleração da atividade. Isso poderia postergar o início do ciclo de cortes, adverte o banco.