Dólar cai abaixo de R$ 5,50, com impacto de China e guerra no Oriente Médio

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Dólar - Foto: iStockO dólar encerrou a sessão desta segunda-feira (6) em queda de 1,00%, a R$ 5,4861 — menor valor de fechamento desde 7 de outubro (R$ 5,4859), com mínima a R$ 5,4856 na reta final dos negócios. Com o resultado, a moeda americana passa a recuar 4,08% em junho, o que leva as perdas acumuladas no ano a 11,23%.“O mercado parece estar tirando um pouco dos ativos os prêmios de risco relacionados à guerra entre Israel e Irã. É só olhar o recuo do preço do barril do petróleo”, afirma o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima. “Além disso, os dados positivos da China acabam ajudando as moedas da América Latina, como o real”Além dos dados positivos da economia chinesa, tanto no varejo como na indústria, operadores citaram o possível desenlace das decisões de política monetária no Brasil e nos EUA na quarta-feira (18), com manutenção de amplo diferencial de juros interno e externo, como pontos favoráveis ao recuo do dólar. O real apresentou o melhor desempenho entre as divisas latino-americanas. Considerando as moedas mais líquidas, ficou atrás apenas do rublo russo e do novo shekel israelense.Pela manhã, o Banco Central vendeu a oferta integral de US$ 1 bilhão em dois leilões de linha com compromisso de recompra realizados simultaneamente, contribuindo para deixar o mercado cambial irrigado. À tarde, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,215 bilhão na segunda semana de junho. No ano, o superávit acumulado é de US$ 27,539 bilhões.Dólar ganha força frente às demais divisas, mas registra queda no fim do diaO índice DXY, termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, caiu cerca de 0,05% no fim da tarde, abaixo dos 98,100 pontos, após mínima aos 97,685 pontos. A moeda americana ganhou força, contudo, em relação ao franco suíço e ao iene, o que sugere menor aversão ao risco. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subiu para 144,80 ienes, enquanto o euro avançava para US$ 1,1561 e a libra era negociada em alta, a US$ 1,3582.Analistas afirmam que o Federal Reserve (Fed) também pode usar os preços mais altos do petróleo como argumento para resistir às pressões por cortes de juros, manifestadas pelo presidente Donald Trump. No entanto, a incapacidade do dólar de manter sua alta inicial após o início dos ataques é visto como um sinal da desconfiança do mercado em relação à moeda americana.Com Estadão Conteúdo