Governo Lula enfrenta oposição após nota do Itamaraty sobre ataques israelenses ao Irã

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A nota divulgada pelo Itamaraty, que condena os ataques israelenses ao Irã, gerou forte reação da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O governo brasileiro alertou que os bombardeios podem desencadear um conflito de grandes proporções no Oriente Médio, o que acendeu debates acalorados entre os parlamentares. Eduardo Bolsonaro, deputado pelo PL, saiu em defesa de Israel, argumentando que o país se limita a atacar alvos militares, enquanto o Irã, segundo ele, ataca civis. “O Itamaraty não enxerga diferença nestas condutas, ou pior, incrivelmente condena Israel! Lula não tem moral para opinião sobre nada neste conflito”, disse o deputado no X (Twitter) no sábado (14).O Grupo Parlamentar Brasil-Israel afirmou que a postura do Itamaraty em relação à escalada do conflito entre Israel e Irã causa “indignação”. O senador Carlos Viana (Podemos-MG), que preside o grupo, afirmou que o Palácio do Planalto “escolhe se alinhar aos que disseminam o terror, em vez de se posicionar firmemente ao lado das nações livres e democráticas”.“Israel definiu claramente os alvos ao atingir bases militares e nucleares estratégicas do Irã. Com apoio internacional, as ações israelenses visam prevenir uma ameaça real e crescente: a possibilidade de o Irã desenvolver armamento nuclear em larga escala”, afirmou Viana. A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) associou o fechamento da Embaixada de Israel em Brasília, na sexta-feira, à declaração de Lula condenando os ataques israelenses. “O amigo de ditadores e de terroristas continua fazendo estragos à imagem do Brasil. Oswaldo Aranha, arquiteto da criação do Estado de Israel na ONU, e os nossos expedicionários, que combateram o nazismo e o fascismo, devem estar se revirando nos seus túmulos”, disse a parlamentar no X.Israel anunciou na sexta-feira, em nota oficial, o fechamento das embaixadas ao redor do mundo e pediu aos cidadãos que permaneçam em alerta e não exibam símbolos judaicos ou israelenses em locais públicos. A Embaixada de Israel em Brasília e o Consulado-Geral israelense em São Paulo estão fechados e sem data de reabertura. O deputado federal Coronel Ulysses (União-AC) afirmou que “até a Colômbia é mais neutra que o Brasil”, criticando o posicionamento do governo Lula. “Em vez de apoiar Israel, que luta por sua existência contra o regime iraniano, que desenvolve armas nucleares e financia organizações terroristas, o Itamaraty ataca Israel.”O deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES) disse ter protocolado uma moção de repúdio à nota do Itamaraty. “O governo Lula ignora que o regime iraniano ameaça Israel há décadas e financia grupos terroristas. O Brasil não pode se calar diante disso nem se alinhar a ditaduras.” O senador Sérgio Moro (União-PR) também criticou a nota do Itamaraty e disse que “o Brasil está cada vez mais distante das democracias ocidentais”. “Diplomacia de Lula contra Israel e a favor do Irã, sem qualquer contextualização ou ressalva”, afirmou.Neste domingo, 15, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relembrou a recepção do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, a ele no aeroporto Ben Gurion em 2019. “As relações entre Brasil/Israel no governo Bolsonaro é marcada (sic) pelo simbolismo da recepção no aeroporto. Somente Trump, Obama e Narendra Modi e Bolsonaro obtiveram tal deferência”, escreveu.“Deus abençoe Israel, Deus salve o Brasil”, completou. O ex-presidente também compartilhou, no sábado, 14, uma foto com Netanyahu. A nota do Itamaraty foi a primeira reação do governo Lula a respeito do ataque israelense. O Ministério das Relações Exteriores afirmou que o ataque aéreo foi uma “clara violação” à soberania iraniana e ao direito internacional. “O governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional”, disse o Itamaraty, no comunicado oficial. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp “Os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial. O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades.” Lula tem relações amistosas com Teerã, e vem sendo pressionado por aliados a romper totalmente as relações diplomáticas já desgastadas com Tel Aviv, por causa de declarações e posicionamentos a respeito da guerra na Faixa de Gaza contra os terroristas do Hamas.*Reportagem produzida com auxílio de IA e Estadão ConteúdoPublicado por Fernando Dias Leia também Zelensky manifesta intenção de falar com Trump sobre compra de armas americanas Trump sugere que Irã busca reduzir tensões com Israel Netanyahu diz que Israel está 'no caminho da vitória' sobre o Irã