Não é segredo que os Beatles passaram por muitos problemas internos durante o período de atividade da banda. Eram frequentes as brigas e discordâncias criativas entre os membros.Porém, em um momento em específico, a situação chegou em um nível tão extremo que o engenheiro de som que trabalhava com o Fab Four ficou até mesmo doente fisicamente. O saudoso Geoff Emerick colaborou com o Quarteto de Liverpool nos discos “Revolver” (1966), “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (1967) e “Abbey Road” (1969). Nesse meio tempo, o profissional também participou das sessões do álbum homônimo, conhecido como “White Album”, lançado em 1968. Especificamente nessa época, tamanho era o desgaste que ele optou por deixar temporariamente o posto.Durante entrevista à Musicradar em 2014, o engenheiro descreveu o processo de criação do disco de capa branca como um “pesadelo”. Apesar de adorar os músicos, era insustentável permanecer junto à banda em estúdio.Ele afirmou:“(O ‘White Album’) Foi um pesadelo. Eu começava a me sentir mal fisicamente só de pensar em ir pro estúdio toda noite. Eu costumava adorar trabalhar com a banda. Mas, naquele ponto, eu só sentia angústia. Sair foi a única coisa que eu podia fazer.”O momento derradeiro aconteceu em uma das várias tentativas de gravar “Ob-La-Di, Ob-La-Da” e envolveu o produtor George Martin. Como compartilhado pelo jornal Seattle Times, Emerick relembrou ao autor e historiador Mark Lewisohn:“Eram palavrões para todo lado. Teve um momento, pouco antes de eu sair, em que eles estavam gravando ‘Ob-La-Di, Ob-La-Da’ pela enésima vez. Paul (McCartney) estava regravando o vocal mais uma vez e George Martin fez um comentário sobre como ele deveria cantar suavemente na mudança de compasso ou algo assim. E Paul, nada sutil, respondeu meio que respondeu: ‘então vem aqui e canta você.’ Aí eu disse ao George: ‘olha, pra mim deu. Quero ir embora. Não quero mais saber disso’.”Ringo Starr caiu foraDiante do clima pesado, Ringo Starr também deixou a formação por cerca de duas semanas, entre os dias 22 de agosto e 4 de setembro de 1968. Conforme registro do fansite Beatles Interviews (via Far Out Magazine), o baterista explicou que precisou tirar umas “férias” porque simplesmente não estava funcionando:“O álbum branco é importante para mim por diferentes razões. Uma delas é que eu tinha deixado a banda durante as sessões. Estamos fazendo esse disco e me sentia estranho, dizendo a mim mesmo: ‘Preciso deixar essa banda. Não está funcionando’, sabe? Então eu disse: ‘Ok, vou tirar férias’, e fiquei fora por duas semanas. (risos) Foi o período em que saí. Então recebi um telegrama do John (Lennon) dizendo: ‘Ótima bateria’ nas faixas que tínhamos feito. Voltei e foi ótimo, porque George (Harrison) tinha espalhado todas essas flores pelo estúdio, dizendo ‘bem-vindo de volta ao lar’. E nos reunimos novamente. Sempre achei que éramos mais como uma banda nesse disco.”Beatles e “White Album”Lançado em 1968, o álbum homônimo dos Beatles (também chamado como “White Album”) chegou depois do conceitual “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (1967). Entre suas 30 faixas, estão clássicos como “Revolution”, “Ob-La-Di, Ob-La-Da”, “Back in the U.S.S.R.”, “While My Guitar Gently Weeps” (com participação de Eric Clapton), “Helter Skelter”, “Blackbird”, entre outras.Apesar de literalmente ser uma imagem em branco, a capa do “White Album” é uma das mais famosas e reconhecidas na história da música. Outros artistas foram inspirados por esse conceito nos anos seguintes, com destaque ao disco homônimo do Metallica, de 1991, referido como “Black Album”.Quer receber novidades sobre música direto em seu WhatsApp? Clique aqui!Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.O post O período dos Beatles com tanta briga a ponto de deixar engenheiro de som doente apareceu primeiro em Igor Miranda.