Pipoca, pizza, pudim, panqueca, granola… Todos com um novo “selo de saúde”: alto teor de proteína. Celebridades como Khloé Kardashian e Zac Efron entraram na onda e lançaram seus próprios produtos proteicos. Mas será que essa explosão de alimentos com proteína extra é realmente benéfica — ou é só mais uma jogada de marketing? Leia também Gastronomia Ovo de Páscoa “fit”: nutri ensina receita simples usando whey protein Vida & Estilo Smoothie proteico de chocolate e whey é opção para uma Páscoa saudável Vida & Estilo 7 sopas e cremes ricos em proteína para perder peso e ganhar massa magra Vida & Estilo 5 lanches ricos em proteína e que controlam a vontade de comer doces A resposta é: proteínas são, sim, fundamentais na alimentação, mas nem todos esses produtos entregam o que prometem — e, muitas vezes, podem até ser ultraprocessados disfarçados de saudáveis.Proteína é importante — mas nem toda forma valeA proteína é essencial para o ganho e manutenção de massa muscular, saciedade, imunidade e até para a saúde de gestantes e idosos. E o interesse do público por esse nutriente cresceu tanto que, só no primeiro trimestre de 2025, 8,3% dos alimentos lançados no mercado afirmavam ser fonte de proteína — quase o dobro do índice registrado dois anos antes.8 imagensFechar modal.1 de 8Faça substituições inteligentes na dieta para emagrecer Getty Images2 de 8Praticar atividade física é essencialPixabay3 de 8Lembre-se: o efeito sanfona desencadeia doenças cardiovasculares e alterações hormonaisTim Platt/Getty Images4 de 8Por isso, procure sempre manter a boa forma Alto Astral/Reprodução5 de 8Se quiser emagrecer, aumente também a ingestão de líquidos, como água, sucos e chásGetty Images6 de 8Evite erros comuns que retardam o emagrecimento Getty Images 7 de 8Como ter noites de sono ruins e treinar demais, o que desgasta o corpo Pixabay8 de 8Veja sinais de que sua dificuldade de emagrecer pode ser hormonal. Perda de peso hormonalGetty Images Grande parte desses produtos tem apelo proteico, mas não qualidade nutricional. Muitos são ricos em calorias, ultraprocessados e com perfil semelhante ao de produtos comuns, apenas com um pouco mais de proteína adicionada.O que o marketing não mostraPara um alimento ser considerado “fonte de proteína”, apenas 12% do valor energético precisa vir desse nutriente. Para “alto teor”, o mínimo é 20%. O que muitos fabricantes fazem, então, é enriquecer receitas com pós proteicos ou retirar água para concentrar o conteúdo proteico, sem necessariamente melhorar o perfil nutricional geral.Além disso, o excesso de proteína também engorda. Afinal, proteína tem calorias — e o que não é usado pelo corpo vira gordura. Para quem não é atleta ou não tem uma demanda especial, a necessidade diária gira em torno de 1,2 g por quilo de peso corporal.Então, vale a pena?Vale, com moderação e consciência. Se a base da alimentação for natural — com carnes magras, ovos, vegetais e leguminosas —, esses produtos podem ser úteis em momentos de conveniência, como um lanche rápido pós-treino ou em situações específicas, como a alimentação de idosos.Se a ideia é se alimentar melhor, não é o rótulo “proteico” que define se o alimento é saudável. Muitas vezes, dois ovos cozidos oferecem o mesmo teor de proteína (com menos aditivos) do que uma barra ou bebida da moda.(*) Juliana Andrade é nutricionista formada pela UnB e pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional. Escreve sobre alimentação, saúde e estilo de vida