Alunas denunciam venda de nudes falsos criados por IA, e MP investiga

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Pelo menos 17 alunas do ensino médio do Colégio Santa Maria, em Belo Horizonte (MG), denunciaram que tiveram fotos manipuladas por inteligência artificial (IA) para criação de conteúdos pornográficos.A denúncia foi feita pela influenciadora Ive Moreira, de 21 anos, irmã de um ex-aluno da instituição, em um vídeo no TikTok que alcançou, até a última atualização desta reportagem, mais de 159 mil visualizações em menos de 24 horas.Segundo Moreira, há mais de um ano, alunos da escola vêm utilizando fotos das vítimas, publicadas nas redes sociais, para gerar imagens íntimas falsas, divulgadas em grupos no Telegram e WhatsApp. “Qualquer um pode acessar esses conteúdos”, afirmou.@ivzada_ Por favor marquem páginas que possam nos ajudar com a visibilidade nesse caso. Estou me expondo no lugar dessas meninas como uma mulher maior de idade, elas são CRIANÇAS e não merecem o que estão passando. Divulguem o máximo que puderem @Andressah Catty @muitohumilde @Pietra Vasconcelos @Fabibubu #fyp #belohorizonte #urgente #fypシ゚ #viral ♬ som original – ive A influenciadora ainda diz que as vítimas, com idades entre 12 e 17 anos, teriam seus nomes vinculados às imagens, que circulavam entre os estudantes. Ela ainda relatou que os autores promoviam competições entre si, comparando quem se masturbava mais para as fotos das vítimas. “Esses meninos riem das vítimas nos corredores e as perseguem”, denunciou Ive.Além disso, há indícios de que o material estava sendo vendido em um dos grupos por um aluno da mesma escola. Leia também Mirelle Pinheiro Extorsão com nudes: quadrilha presa pela PCDF ostentava carros de luxo Brasil Pai é preso por matar jovem que enviou nudes para a filha dele São Paulo Banco indenizará ex-funcionário por foto corporativa simulando nudez Ilca Maria Estevão Ao proibir “nudez”, dress code de Cannes flerta com a censura InvestigaçãoAlunos do 3º ano do ensino médio publicaram uma nota de repúdio, classificando o caso como “importunação sexual, exposição indevida e violência digital”, e exigindo punição rigorosa. O MPMG iniciou apurações a pedido da Comissão de Educação de Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) orienta que as vítimas compareçam à Delegacia Especializada de Apuração de Ato Infracional, na rua Rio Grande do Sul, 661, Barro Preto, para formalizar as denúncias.Medidas tomadas pelas vítimas e pela escolaAs famílias das adolescentes pretendem registrar boletim de ocorrência nesta quinta-feira (5/6). “As meninas estão sendo obrigadas a apagar suas fotos do Instagram para evitar que novas imagens sejam manipuladas”, explicou Moreira.Em nota, o Colégio Santa Maria afirmou que está adotando medidas como acolhimento às vítimas e familiares, convocação dos supostos envolvidos e seus responsáveis, aplicação de medidas disciplinares conforme o regimento escolar, intensificação de ações educativas sobre bullying e crimes cibernéticos.Além disso, a instituição diz que comunicará o caso ao Conselho Tutelar, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Delegacia de Crimes Cibernéticos.