Por que setor imobiliário pode ser uma boa aposta para quem quer patrimônio sólido

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“O imóvel não pode ser perdido ou roubado, nem pode ser carregado. Comprado com bom senso, pago integralmente e gerido com bom senso, é o investimento mais seguro do mundo.” — Franklin D. RooseveltO papel do setor imobiliário na economiaO setor imobiliário é um dos pilares da economia moderna, com papel central na geração de empregos, no crescimento econômico e na estabilidade financeira.Além disso, sua capacidade de preservar valor ao longo do tempo, especialmente em ambientes inflacionários, sempre conferiu aos imóveis um apelo especial entre os brasileiros.Afinal, quem nunca ouviu o conselho de investir em imóveis como uma forma segura de aplicar o dinheiro?Segundo estudo do Banco Mundial (2022), a expansão do crédito imobiliário está fortemente correlacionada ao crescimento do PIB per capita e à redução do déficit habitacional.No Brasil, a relevância desse mercado é ainda mais evidente quando consideramos seu papel como canal direto de transmissão da política monetária: alterações nas taxas de juros afetam de maneira quase imediata o custo do financiamento, impactando a demanda, os preços dos imóveis e o nível de endividamento das famílias e empresas.Ciclos de juros e o investidor imobiliárioPara quem deseja investir no setor, acompanhar os ciclos de juros é essencial.Em momentos de juros baixos, o crédito se torna mais acessível, impulsionando a valorização dos ativos. Já em períodos de alta, a demanda tende a esfriar, mas surgem oportunidades para investidores com perfil anticíclico que buscam adquirir ativos a preços mais atrativos.O papel dos programas públicosProgramas como o “Minha Casa Minha Vida”, criado em 2009, desempenham papel fundamental na democratização do acesso à moradia, oferecendo condições facilitadas de financiamento a famílias de baixa e média renda, com taxas subsidiadas e possibilidade de uso do FGTS, dentro das regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).Ainda assim, existem limites por faixa de renda e região, além de tetos de financiamento.Crédito imobiliário como alavanca financeiraNesse contexto, o crédito imobiliário é indispensável: grande parte das transações depende de financiamento, permitindo a aquisição de imóveis e o desenvolvimento de novos empreendimentos.Além disso, o acesso à propriedade pode ser transformado em uma alavanca financeira por meio do home equity — modalidade em que o imóvel quitado é dado como garantia para obtenção de crédito com prazos mais longos e juros significativamente menores.Enquanto o crédito pessoal pode ultrapassar 88% ao ano, e o rotativo do cartão mais de 400%, o home equity gira em torno de 18% ao ano, com prazos maiores e tíquetes mais altos.Para quem busca capital de forma estruturada, seja para investir ou consolidar dívidas, essa é uma solução eficaz, que exemplifica a importância das garantias na estruturação do crédito.Crédito Imobiliário no Mercado InstitucionalNo mundo dos investimentos institucionais, o uso do crédito imobiliário ganha novas dimensões. As possibilidades vão desde a antecipação de fluxos de aluguéis de contratos atípicos — proporcionando liquidez antecipada a proprietários — até o financiamento de obras para incorporadores antes do lançamento de um plano empresário.No mercado bancário, destacam-se instrumentos como a Letra Imobiliária Garantida (LIG) e a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), que canalizam recursos para o setor com isenção de imposto de renda para o investidor pessoa física.Já no mercado de capitais, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) ganham destaque, beneficiando-se da previsibilidade de fluxo e da atratividade fiscal, ao mesmo tempo em que diversificam a base de investidores e viabilizam grandes projetos com menor dependência do crédito bancário tradicional.Na BRZ Investimentos, em parceria com a Rayo Capital, estruturamos um FIDC voltado ao setor imobiliário, com foco no segmento residencial. A iniciativa introduz novos contornos à indústria ao explorar instrumentos inovadores e ampliar os canais de captação, contribuindo para a diversificação e sofisticação do mercado.Evolução das Garantias no BrasilAs garantias são elemento essencial do crédito imobiliário, pois mitigam riscos e viabilizam operações mais eficientes e com menor custo. A hipoteca, que por muito tempo foi a principal forma de garantia no Brasil, vem sendo gradualmente substituída por modelos mais ágeis, como a alienação fiduciária.Com a promulgação do Novo Marco Legal das Garantias (Lei nº 14.711/2023) e da Resolução CMN nº 5.197/2024, o ambiente regulatório tornou-se mais seguro e eficiente, permitindo, inclusive, a reutilização das garantias para novas operações.Entre os principais instrumentos, destacam-se:Hipoteca: tradicional, mas menos usada atualmente devido à morosidade em sua execução judicial.Alienação Fiduciária: permite a retomada extrajudicial do imóvel em caso de inadimplência.Cessão Fiduciária de Direitos Creditórios: viabiliza operações com garantias mais flexíveis, como aluguéis e receitas futuras.Garantias Locatícias: como fiança, caução e seguro-fiança.Garantias Fiduciárias: como a alienação de cotas de SPEs, avais dos sócios e penhor de recebíveis.Métricas Fundamentais para Avaliação do Crédito ImobiliárioA análise de crédito no setor imobiliário exige múltiplas métricas, que avaliam o risco da operação e a qualidade do ativo. Entre as mais relevantes:Histórico do Tomador: score de crédito, histórico de pagamento e endividamento.Qualidade do Ativo: localização, liquidez, demanda e NOI (Net Operating Income).Condições e Garantias Adicionais: como cotas da SPE, fiança bancária ou cessão de recebíveis.Loan-to-Value (LTV): relação entre valor do empréstimo e valor do imóvel.Taxa de Inadimplência: relevante especialmente para carteiras pulverizadas.Relação Dívida/Renda (ou DSCR): capacidade de pagamento com geração de caixa mensal.Riscos do Projeto: licenças, atrasos de obra, variação de custos e riscos jurídicos.ConclusãoO crédito imobiliário é mais do que uma ferramenta para viabilizar a aquisição de imóveis. Ele é também um instrumento de política pública, de alavancagem de investimentos, de expansão patrimonial e de democratização do acesso à moradia.No mercado institucional, representa uma oportunidade de investimento com lastro real, retorno ajustado ao risco e benefícios fiscais.Com o avanço do marco regulatório, o fortalecimento das garantias, novos produtos e a sofisticação dos instrumentos financeiros disponíveis, o setor imobiliário ganha ainda mais protagonismo no portfólio de investidores individuais e institucionais.Para quem busca construir um patrimônio sólido, resiliente e diversificado, investir com inteligência no setor imobiliário pode ser uma decisão estratégica de longo prazo.