Operação 'Teia de Aranha': conheça os aviões russos destruídos no ataque de drones da Ucrânia

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Pelo menos 40 aviões russos foram destruídos durante um poderoso ataque de drones lançado pela Ucrânia no último domingo (1º), de acordo com informações do governo de Volodymyr Zelensky. A ofensiva, uma das maiores desde o início dos conflitos, teve bases aéreas localizadas em regiões distantes do campo de batalha como alvos.Denominada “Spiderweb”, ou Teia de Aranha em tradução livre, a operação ucraniana mirou as bases de Belaya, em Irkutsk, ao leste da Sibéria, e de Olenya, ao norte de Murmansk, perto da fronteira com a Noruega. As bases de Dyagilevo e Ivanovo, na porção central da Rússia, também foram atacadas.Leia também: Teia de Aranha: a ousada estratégia militar ucraniana que destruiu bombardeiros russos com dronesO Beriev A-50 possui um radar acoplado à fuselagem. (Imagem: Getty Images)Quais aviões foram destruídos pelos drones ucranianos?A campanha, classificada por Moscou como um “ato terrorista”, resultou na destruição, total ou parcial, de aeronaves que desempenhavam importantes papéis em missões de rastreamento, inteligência e transporte de mísseis. Algumas delas eram utilizadas há décadas, desde a época da extinta União Soviética.Entre os aviões destruídos, está o Tupolev Tu-95, bombardeiro responsável por lançar a Tsar Bomba, artefato nuclear mais poderoso já testado, em 1961. A versão atualizada do turboélice transporta até 11.000 kg de bombas e mísseis, com 8.000 km de autonomia de voo;Herança da Guerra Fria, o Tupolev Tu-22M é outro modelo neutralizado, segundo Kiev. Capaz de voar a duas vezes a velocidade do som, o jato supersônico é uma das principais armas da Rússia nos ataques à Ucrânia, o que representa uma perda significativa devido às poucas unidades existentes;O ataque também teria afetado o avião Beriev A-50, que voa com um radar acoplado, possibilitando monitorar o espaço aéreo, além de detectar mísseis, veículos e navios. Essa aeronave funciona como um centro de comando no ar, facilitando o gerenciamento das missões;Há relatos, ainda, da destruição de unidades do Tupolev Tu-160, outro bombardeiro supersônico com capacidade de transportar armas nucleares, alcançando até 13.000 km de distância.Não há informações exatas sobre as quantidades de cada modelo atingidas durante a ofensiva ucraniana. Mas especialistas calculam que um terço ou mais da frota russa de aviões de guerra estratégicos tenha sido danificada, reduzindo significativamente as capacidades de combate dos comandados de Vladimir Putin.Saiba mais: Rússia usa 355 drones em maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da guerraQuanto às perdas financeiras, calcula-se que a destruição das aeronaves vai custar em torno de US$ 7 bilhões aos cofres do Kremlin, segundo o Financial Times, o equivalente a quase R$ 40 bilhões pela cotação do dia.O Tupolev Tu-160 também foi afetado pelos ataques de drones. (Imagem: Getty Images)Danos podem ser irreversíveisSe do lado ucraniano a Operação Teia de Aranha foi considerada um grande sucesso, para os russos ela está sendo tratada como tragédia. Segundo especialistas ouvidos pela BBC, a maioria das aeronaves afetadas dificilmente poderá ser substituída.“Não se produz mais um Tu-95 há 30 anos e a produção e modernização do Tu-160 é feita em uma escala muito limitada, por isso, repor as aeronaves perdidas será um grande desafio”, afirmou o especialista em temas de defesa, Justin Bronk. O Tu-22M é outro que já não sai de fábrica desde os anos 1990.A mesma visão é defendida pelo Instituto de Estudo de Guerra dos Estados Unidos (ISW), para o qual os aviões danificados são “impossíveis de substituir”. Dessa forma, a Rússia terá que repensar o uso dos bombardeiros estratégicos que restaram, se quiser evitar novas perdas.Confira: Guerra dos drones: Reino Unido proíbe exportação de controles de videogame para a RússiaO ISW acredita que Moscou apostará em aviões de menor porte, como o Sukhoi, que precisa entrar no território ucraniano e superar os sistemas de defesa aérea locais para realizar os disparos de mísseis e bombas. Trata-se de uma mudança importante na estratégia, pois os modelos destruídos faziam os lançamentos sem sair da Rússia.Gostou do conteúdo? Leia mais notícias sobre tecnologia militar no TecMundo e interaja com a gente nas redes sociais.