Relator do processo que julga uma tentativa de golpe de Estado no país, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), repreendeu uma testemunha que disse não acreditar na trama golpista.A testemunha em questão foi Antonio Ramiro Lourenzo, ex-secretário executivo do Ministério da Justiça, que foi ouvido a pedido da defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres. Leia Mais STF edita vídeo de testemunhas e cobre "fiz cagada" de Gonet com um som Vídeo: Heleno apoiou voto impresso sem contestar eleição, diz testemunha Vídeo: Testemunha diz que Braga Netto jogava vôlei e se surpreendeu no 8/1 “Essa palavra ‘golpe’ eu só escuto na mídia. Acho que não teve nada nesse sentido de golpe”, disse Lourenzo durante seu depoimento no dia 28 de maioMoraes, por sua vez, o advertiu:“Se o senhor acha ou não que houve golpe, isso não é importante para a Corte. Se atenha somente aos fatos”, disse o magistrado.Veja o vídeo:https://admin.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2025/06/moraes_da_bronca_em_testemunha.mp4Veja a transcrição:Testemunha: Claro que insatisfação com o resultado todos nós tínhamos, né? Nós fazíamos parte de um governo, gostaríamos que houvesse continuidade, mas… É isso. É o que eu falei: é um clima de velório, insatisfação, mas jamais, jamais se pensou em qualquer outra hipótese que não fosse a transição. Esse momento aí, que eu falo dessas 48 horas, são doídos, mas a gestão é extremamente profissional. Então, assim, para mim – eu comento, assim, com pessoas mais próximas -, minha vida seria muito mais fácil, meu dia a dia – depois, principalmente, do 8 de Janeiro, quando tudo aconteceu -, se eu não tivesse vivido essa situação dentro do MJ (Ministério da Justiça), conhecido, participado das reuniões. Se eu apenas estivesse em casa sentado, assistindo televisão, eu passaria a acreditar naquilo. Só que eu estive do outro lado e nunca, jamais, houve essa palavra golpe. Eu só ouço na mídia. Nunca se tratou de golpe.Moraes: Senhor Antônio Lourenzo, responda aos fatos. Se o senhor acha, ou não, que teve golpe, realmente, isso não é importante para a Corte. Por favor, doutor Raphael, vamos nos ater aos fatos. Pode continuar a indagação.