As ações das companhias brasileiras ligadas ao setor de mineração e siderurgia encerraram a semana com forte valorização, impulsionadas pelo alívio no mercado internacional de minério de ferro e pela sinalização de que o governo chinês poderá intervir para conter a guerra de preços entre siderúrgicas.Por volta das 16h15 desta sexta-feira (4), o desempenho era misto no dia: CSN Mineração (CMIN3) liderava as altas do setor com avanço de 1,93%, seguida por Usiminas (USIM5), com 0,91%, Metalúrgica Gerdau (GOAU4), com 0,21% e Vale (VALE3), que operava com leve alta de 0,03%.LEIA MAIS: Em quais ações vale a pena investir? Veja as recomendações do BTG Pactual como cortesia do Money TimesNa ponta negativa, Gerdau (GGBR4) caía 0,36%, enquanto CBA (CBAV3) recuava 0,20%, em linha com o desempenho mais fraco do contrato da commodity na Bolsa de Cingapura.Apesar da variação discreta no dia, o acumulado da semana mostrou otimismo generalizado: Usiminas (+7,23%), Metalúrgica Gerdau (+6,83%), Gerdau (+5,75%), e Vale (+4,30%). CBA (+2,94%) e CSN Mineração (+2,12%) também acompanharam o movimento de recuperação.Vale destacar que neste mesmo período o Ibovespa (IBOV) atingiu a sua máxima histórica chegando ao matar dos 141 mil pontos.O avanço semanal reflete o cenário mais construtivo para o setor siderúrgico global, com investidores apostando na possibilidade de uma reestruturação da oferta na China, principal compradora global de minério de ferro, o que pode aliviar a pressão sobre as margens de aço e sustentar a demanda por insumos metálicos.Minério de ferro em altaNa Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), o contrato de setembro, o mais negociado, fechou esta sexta-feira com alta de 0,62%, a 732,5 iuanes (aproximadamente US$ 102,25) por tonelada. No acumulado da semana, a valorização foi de 3,08%, marcando a segunda alta semanal consecutiva.Já o minério de ferro para agosto, negociado na Bolsa de Cingapura, recuava 0,3%, a US$ 96,15 por tonelada, mas ainda acumulava alta de 1,93% na semana.A recuperação dos preços foi impulsionada pela sinalização de que Pequim poderá reforçar sua atuação no setor. No início da semana, a Comissão Central de Assuntos Financeiros e Econômicos da China pediu medidas mais rigorosas para coibir a concorrência predatória entre siderúrgicas, o que reacendeu expectativas de uma nova rodada de reforma da oferta, considerada positiva para as margens e para a demanda por minério de maior qualidade.Além disso, a queda dos estoques portuários contribuiu para sustentar os preços. Segundo a consultoria SteelHome, os estoques nos portos chineses caíram 0,15% na semana, para 133,4 milhões de toneladas.CONFIRA: Qual a carteira recomendada para o seu perfil de investidor? Simule com o Money Times as melhores opções de investimento para vocêNo entanto, sinais de enfraquecimento da demanda limitaram o potencial de alta. A produção média diária de ferro gusa, que funciona como termômetro da atividade das siderúrgicas, caiu 0,6% na semana, para 2,41 milhões de toneladas, o menor nível desde abril, segundo a consultoria Mysteel. O recuo está ligado principalmente a restrições ambientais em Tangshan, um dos maiores polos de produção de aço da China.Ainda que o curto prazo traga incertezas, o mercado parece mais disposto a precificar um cenário de reequilíbrio entre oferta e demanda, com a China dando sinais de que pode agir para estabilizar o setor, o que sustenta a recuperação das ações metálicas na B3.*Com informações da Reuters