A Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, médica psiquiatra, CRM-UERJ, escritora e fundadora da AEDDA, afirma: “no que o TDAH gosta, é capaz de ficar 8, 12 horas e não ver o tempo passar”. Essa fala é central para entendermos como o transtorno afeta o foco no cérebro.A psiquiatra alcançou grande relevância no Instagram, anabeatriz11, e em sua obra Mentes Inquietas. Vamos explorar o TDAH de forma clara, acessível e fundamentada, sempre respeitando as orientações da OMS e do Ministério da Saúde.O que é hiperfoco no TDAH?Quem vive com TDAH pode apresentar hiperfoco, atenção intensa e sustentada em tarefas que estimulam dopamina, diferente da ideia de que “não prestam atenção em nada”. O lobo frontal, responsável por gerar pensamentos e organizar o raciocínio, depende da dopamina. Em pessoas com TDAH, há produção naturalmente menor dessa substância, resultando num “freio sem freio” por padrão. Quando algo interessa, se torna prazeroso e libera dopamina, o foco aparece com força.Por que o lobo frontal funciona diferente no TDAH?O lobo frontal age como o maestro do cérebro, controlando ritmo e carga de pensamentos. Mas sem dopamina suficiente, essa orquestra desafina. Na fala da Dra. Ana Beatriz, entender esse “maestro carente” é essencial para compreender por que o TDAH pode alternar entre dispersão e hiperfoco.Hiperfoco é positivo?Crianças – Créditos: (depositphotos.com / sakkmesterke)Sim. O hiperfoco mostra que o cérebro com TDAH responde bem a estímulos que liberam dopamina, como prazer ou curiosidade. Em outras palavras, se algo “dá tesão” intelectual ou emocional, o foco aparece como um superpoder. Isso pode ser muito produtivo, como alerta a Dra. Ana Beatriz, “que bom que a gente vai ter vício num assunto”.O que causa a falta de dopamina no TDAH?Segundo a Dra. Ana Beatriz e estudos da UERJ e UFRJ, pessoas com TDAH têm funcionamento alterado da dopamina por fatores genéticos e neurobiológicos. Não nascem “menos inteligentes”, mas com menos dopamina disponível, o que prejudica o lobo frontal.Quais comportamentos liberam dopamina e ajudam no foco?Atividades prazerosas, como aprender algo novo, chamar atenção emocional ou mesmo envolvimento com hobbies, liberam dopamina no córtex pré-frontal. Isso gera uma experiência de hiperfoco. Em contextos clínicos, estimular tarefas recompensadoras faz parte de estratégias terapêuticas.Como validar essa explicação?A Organização Mundial da Saúde reconhece a base neurobiológica do TDAH, incluindo disfunções nos sistemas dopaminérgico e fronto-striatalMinistério da Saúde do Brasil indica que déficits na regulação da dopamina explicam parte dos sintomas de desatenção e impulsividadeO que difere distração de hiperfoco no TDAH?A distração ocorre em tarefas sem estímulo dopaminérgico imediato. O hiperfoco surge em tarefas estimulantes, mesmo simples, que geram prazer e motivação.Todo mundo com TDAH tem hiperfoco?Não. O hiperfoco depende da presença de interesse genuíno. Quem tem TDAH pode passar longos períodos sem foco se não houver estímulo emocional ou cognitivo.É possível estimular o hiperfoco de forma saudável?Sim. Técnicas terapêuticas recomendadas pelo Ministério da Saúde incluem:Quebrar tarefas em etapas pequenasUsar recompensas pós-conquistaAlinhar projetos aos interesses pessoaisComo a Dra. Ana Beatriz descobriu isso? Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Ana Beatriz Barbosa / PodPeople (@anabeatriz11)Dra. Ana Beatriz foi diagnosticada com TDAH aos 19 anos, após se identificar em palestra de John Ratey e passar a trilhar um caminho de estudo e autodescoberta, aprofundando-se nos mecanismos do transtorno. Isso reforça a importância de profissionais que vivenciam o quadro no entendimento humano e empático do TDAH.Qual a relação entre dopamina e tratamento?Tratamentos eficazes, como medicação com estimulantes como o metilfenidato, visam regular dopamina. A terapia comportamental também busca criar ambientes motivadores que favoreçam o hiperfoco produtivo, conforme diretrizes do CFM e Ministério da Saúde.Fontes oficiais:OMS, Organização Mundial da Saúde, transtorno neurobiológico com base na disfunção dopaminérgicaMinistério da Saúde do Brasil, diretrizes clínicas para diagnóstico e tratamento do TDAH com abordagem psicofarmacológicaDra. Ana Beatriz Barbosa Silva, formação na UERJ e UFRJ, presidente da AEDDAO post “É mito que quem tem TDAH não presta atenção em nada”? Dra. Ana Beatriz explica o hiperfoco apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.