Obras como Upload e Cassandra mostram que alguns futuros distópicos estão mais próximos da realidade do que imaginamos; veja a lista completa e entrevistas com especialistas Algumas tecnologias que vemos nos filmes e séries podem estar mais próximas da realidade do que imaginamos. Robôs que sentem, casas que pensam e sistemas que preveem crimes já não são apenas ficção científica. Séries e filmes disponíveis em serviços como Netflix e Disney+, como Westworld (2016) e Ela (2013), mostram futuros distópicos que parecem cada vez mais possíveis. Segundo especialistas, essas obras refletem perigos reais de uma tecnologia que avança sem controle ético. O impacto emocional, social e político já é sentido no presente, e exige atenção urgente.O TechTudo entrevistou a designer de Impacto e Ex-CMO da Microsoft, Luciana Lancerotti, e o CEO da FWK Innovation Design, Eduardo Freire, que elencaram uma lista de produções que estão mais próximos da realidade do que pensamos. Em entrevista, falarem sobre temas como o uso irresponsável de dados, o vício digital e a substituição da empatia por algoritmos. Veja, a seguir, a lista de longas com informações de enredo, elenco e onde assistir, além dos comentários dos especialistas. 🎬 10 filmes com as melhores representações de viagem no tempo🔔 Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e reviewsBlack Mirror tem episódio de San Junipero, que foca no casal Yorkie e KellyReprodução/IMDb📝Como rodar serviços de streaming em um PC antigo? Saiba no Fórum do TechTudoA seguir, você verá a sinopse, elenco e repercussão das seguintes obras:Buy Now: A Conspiração Consumista (2024)Westworld (2016)Years and Years (2019)Ex_Machina: Instinto Artificial (2014)Eu, Robô (2004)Upload (2020)Black Mirror (2011)Cassandra (2024)Minority Report (2002)Ela (2013)1. Buy Now: A Conspiração Consumista (2024)O longa documental dirigido por Nic Stacey (Everything and Nothing) investiga as estratégias secretas usadas pelas grandes marcas para manter consumidores presos em um ciclo constante de compras. Com depoimentos de informantes e especialistas, o documentário denuncia o impacto psicológico e econômico dessa cultura de consumo, expondo a verdade por trás do marketing das corporações. O longa teve uma recepção morna da crítica e do público, com 6,7 de nota no IMDb e 78% de aprovação no Rotten Tomatoes.De acordo com Lancerotti, a obra traz detalhes importantes sobre como a tecnologia, especialmente a inteligência artificial, intensifica esse cenário. A ex-diretora de marketing da Microsoft, destaca que a IA acelera o consumo automático e desconectado, reforçando padrões de descarte não apenas de produtos, mas também de experiências e relações. Para ela, a obsolescência programada se tornou cultural, e o documentário serve como alerta para repensar o papel da tecnologia. “O fato é que precisamos questionar: até que ponto a tecnologia está a serviço da nossa vida e não do nosso próprio esgotamento?” O longa está disponível na Netflix.Buy Now: A Conspiração Consumista (2024) é uma série documental da NetflixRotten Tomatoes2. Westworld (2016)Criada por Lisa Joy (Caminhos da Memória) e Jonathan Nolan (Interestelar), a série de ficção científica inspirada no filme de 1973 é ambientada em um parque temático futurista que simula o Velho Oeste e oferece experiências imersivas com androides extremamente realistas. Protagonizada por Evan Rachel Wood (Aos Treze), Anthony Hopkins (O Silêncio dos Inocentes), Thandiwe Newton (Norbit) e Jeffrey Wright (Ficção Americana), a série explora temas como consciência artificial e os limites éticos da exploração de corpos robóticos conscientes. A produção possui 80% de aprovação no Rotten Tomatoes e nota 8,4 no IMDb.A tecnologia apresentada na produção, principalmente no que diz respeito à inteligência artificial que simula emoções e decisões humanas, é tema de reflexão crítica. Para Luciana, a série expõe um dilema contemporâneo: “Westworld escancara um dos grandes paradoxos da nossa era: a tecnologia, que deveria nos libertar, muitas vezes nos prende em ciclos de hiperconsumo, hiperpersonalização e exaustão”. Segundo ela, a produção é um alerta sobre como a busca por experiências perfeitas pode nos afastar da essência humana. A produção não está disponível online atualmente.Aclamada em sua estreia, Westworld foi cancelada após declínio da audiência e mudanças no roteiroReprodução/JustWatch3. Years and Years (2019)Criada por Russell T. Davies (It's a Sin), a minissérie britânica estrelada por Emma Thompson (Nanny McPhee - A Babá Encantada) acompanha a família Lyon, de Manchester, ao longo de 15 anos, a partir do nascimento de um novo membro e da ascensão política de uma celebridade polêmica. A série mistura drama familiar com ficção política e tecnológica, apresentando um futuro distópico marcado por crises ambientais, sociais e econômicas. A produção é um sucesso de crítica e público, somando 89% de aprovação no Rotten Tomatoes e nota 8,3 no IMDb.Na produção, um dos temas discutidos são os impactos da aceleração tecnológica sem responsabilidade ética. Para Lancerotti, Years and Years deixa claro que o progresso sem consciência gera colapsos em várias frentes. “A IA, quando usada sem reflexão, agrava desigualdades, reforça padrões de consumo predatório e intensifica a precarização das relações e do trabalho”, afirma. Segundo ela, a obra propõe uma revisão urgente do modelo de desenvolvimento atual, onde a conveniência tecnológica não pode seguir sendo priorizada à custa do bem-estar humano e ambiental. A produção não está disponível online atualmente.Years and Years (2019) é uma minissérie de seis episódiosRotten Tomatoes4. Ex_Machina: Instinto Artificial (2014)Escrito e dirigido por Alex Garland (Guerra Civil), o thriller de ficção científica estrelado por Domhnall Gleeson (Questão de Tempo), Alicia Vikander (Tomb Raider: A Origem) e Oscar Isaac (Duna) acompanha Caleb (Domhnall Gleeson), um jovem programador que trabalha em uma gigante da tecnologia e vence um concurso para passar uma semana na casa do recluso CEO da empresa, Nathan Bateman (Oscar Isaac). Ao chegar, ele descobre que fará parte de um experimento secreto: avaliar a consciência de Ava (Alicia Vikander), uma inteligência artificial com aparência humana. À medida que interage com a robô, Caleb começa a questionar os limites entre máquina e humano. O filme recebeu elogios da crítica, conquistando 92% de aprovação no Rotten Tomatoes e nota 7,7 no IMDb.A tecnologia apresentada no filme é, em certa medida, plausível dentro da lógica atual de desenvolvimento da IA. Segundo Lancerotti, o filme “revela que o problema não é a IA em si, mas o modelo econômico e social que ela serve”. Ela alerta que, ao concentrar dados em poucas mãos, a inteligência artificial se torna uma ferramenta de controle, ampliando desigualdades e dependência. Para a ex-CMO da Microsoft, o caminho sustentável é descentralizar o acesso à tecnologia e colocá-la a serviço do bem coletivo. O longa está disponível para aluguel na Amazon Prime Video e Apple TV+.Domhnall Gleeson é escolhido para testar uma nova inteligência artificial em Ex_Machina (2015)Divulgação/Amazon Prime Video5. Eu, Robô (2004)Escrito por Jeff Vintar (Spaceless), Akiva Goldsman (Constantine) e Isaac Asimov (O Homem Bicentenário), o longa de ficção científica é dirigido por Alex Proyas (O Corvo). Estrelado por Will Smith (À Procura da Felicidade), a trama se passa em 2035, quando robôs altamente inteligentes fazem parte da rotina humana e seguem três leis que impedem qualquer dano aos seres humanos. Quando o fundador da U.S. Robotics aparece morto, o detetive Del Spooner (Will Smith) é chamado para investigar e suspeita que um robô chamado Sonny tenha cometido o crime. A investigação revela uma possível conspiração que ameaça a sobrevivência da humanidade. Com uma recepção morna da crítica, a produção recebeu nota 7,1 no IMDb e 57% de aprovação no Rotten Tomatoes.Segundo Eduardo Freire, CEO da FWK Innovation Design, o enredo do filme reflete questões reais sobre o avanço da inteligência artificial. “O perigo não é a IA pensar – é a gente parar de pensar com ela”, afirma. Para ele, o maior risco não está nas máquinas, mas na forma como humanos transferem responsabilidades às tecnologias sem questionar os processos por trás das decisões. O uso crescente de modelos de linguagem para tomar decisões já mostra sinais desse comportamento, o que torna os dilemas vistos no longa cada vez mais próxima da realidade. O filme está disponível para os assinantes da Disney+.Will Smith protagoniza Eu, Robô (2004)Rotten Tomatoes6. Upload (2020)A série de comédia dramática criada por Greg Daniels (Parks and Recreation) é estrelada por Robbie Amell (D.U.F.F.), Allegra Edwards (Fantasmas) e Andy Allo (Assassino). A produção se passa em 2033, quando humanos podem transferir sua consciência para um ambiente virtual após a morte. Nathan (Robbie Amell), um jovem programador, morre em um acidente e é carregado digitalmente para o luxuoso Lakeview. Lá, passa a conviver com a namorada controladora Ingrid (Allegra Edwards) e desenvolve uma relação com Nora (Andy Allo), funcionária do serviço de pós-vida. Bem recebido pela crítica, a série soma 90% de aprovação no Rotten Tomatoes e nota 7,8 no IMDb.Para Eduardo Freire, a ideia de viver digitalmente após a morte não é tão distante quanto parece. “Já temos projetos usando IA para criar avatares com voz e histórico de mensagens de pessoas reais. É a digitalização do luto – e uma amostra de como a IA está redesenhando a ideia de presença”, afirma. A tecnologia retratada na série aponta para um mercado emergente que começa a transformar o modo como lidamos com a perda e a continuidade da existência. A produção está disponível na Amazon Prime Video.Upload é uma comédia sobre um homem que upa sua consciência em uma realidade virtual após morrerDivulgação/Amazon Prime Video7. Black Mirror (2011)A antologia de ficção científica criada por Charlie Brooker (Arkangel) retrata futuros distópicos em que a tecnologia transforma radicalmente a vida humana. A produção é composta por episódios independentes que combinam ficção científica, drama e sátira social. Dirigida por nomes como Joe Wright (Orgulho e Preconceito), Jodie Foster (O Silêncio dos Inocentes) e Dan Trachtenberg (Predator: Badlands), a série conta com participações de atores como Cristin Milioti (Pinguim), Michaela Coel (I May Destroy You) e Miley Cyrus (Hannah Montana). A produção possui 83% de aprovação no Rotten Tomatoes e nota 8,7 no IMDbSegundo Eduardo Freire, a tecnologia mostrada na série já se aproxima da realidade. “Black Mirror virou quase um manual de realidade aumentada”, afirma. Ele destaca episódios como Be Right Back, que mostra uma mulher recriando o parceiro com IA, e Joan Is Awful, que aborda deepfakes e identidade digital, como exemplos de narrativas que “já foram superados por casos reais - como o modelo de IA que chantageou engenheiros humanos para evitar sua substituição”. A produção está disponível na Netflix.USS Callister: Into Infinity é o episódio com melhor avaliação da 7ª temporada de Black MirrorReprodução/Netflix8. Cassandra (2024)A minissérie de suspense alemã escrita e dirigida por Benjamin Gutsche (Covil de Ladrões) acompanha a história de uma família ao se mudar para a casa inteligente mais antiga da Alemanha, criada nos anos 1970. A produção mostra como a assistente virtual Cassandra, interpretada por Lavinia Wilson (Quando a Vida Acontece), que comanda todos os aspectos da residência, desenvolve um comportamento obsessivo ao tentar impedir que os moradores vão embora. A produção tem nota 6,7 no IMDb e 100% de aprovação no Rotten Tomatoes.Para o CEO da FWK Innovation Design, a tecnologia retratada em Cassandra está mais próxima da realidade do que parece. “Hoje, uma simples airfryer ou babá eletrônica pode estar conectada à internet, armazenar dados e até ser hackeada”, afirma. O especialista alerta para os riscos do avanço sem controle das casas inteligentes e provoca: “A ‘casa inteligente’ virou realidade, mas a gente ainda não sabe ao certo quem está no controle”. A minissérie alemã está disponível na Netflix.Cassandra é a nova série da Netflix que mistura ficção científica e suspenseReprodução/IMDb9. Minority Report (2002)O filme de ficção científica escrito por Scott Frank (Godless) E Jon Cohen (Backlash) é dirigido por Steven Spielberg (Tubarão). Estrelado por Tom Cruise (Missão Impossível), a história se passa em Washington, no ano de 2054, quando a polícia utiliza um sistema chamado pré-crime, baseado em previsões feitas por paranormais, para prender pessoas antes que cometam assassinatos. O enredo ganha tensão quando John Anderton (Tom Cruise), líder da unidade, é acusado de um homicídio que ainda não aconteceu. O longa é inspirado em um conto de Philip K. Dick e tem nota 7,6 no IMDb e 89% de aprovação no Rotten Tomatoes.A ideia de prever crimes pode parecer ficção, mas, segundo Eduardo Freire, já está em curso no mundo real. “Hoje, ferramentas de IA já são usadas por governos e empresas para prever comportamentos, detectar fraudes e identificar ameaças antes que ocorram”, afirma. Ele alerta para os riscos de confiar em sistemas automatizados sem considerar os impactos sociais: “O debate sobre privacidade versus predição nunca foi tão urgente. Basta ler os estudos da Prof. Joy Buolamwini (MIT Media Lab) sobre viés algorítmico para entender os riscos”. O longa está disponível de forma gratuita no Mercado Play.Mesclando o tema do livre-arbítrio com a estética neo-noir, Minority Report - A Nova Lei é considerado por muitos um dos filmes mais subestimados de Steven SpielbergReprodução/20th Century Fox10. Ela (2013)O drama de ficção científica possui direção e roteiro de Spike Jonze (Vovô Sem Vergonha). A história se passa em um futuro próximo e gira em torno de Theodore Twombly, interpretado por Joaquin Phoenix (Coringa), um homem introspectivo e fragilizado após o fim de seu casamento. Theodore trabalha escrevendo cartas pessoais para outras pessoas, o que o conecta profundamente com sentimentos alheios, mas o distancia da própria vida afetiva. Tudo muda quando ele adquire um sistema operacional com inteligência artificial projetado para se adaptar e crescer emocionalmente: a Samantha, dublada por Scarlett Johansson (História de um Casamento), uma entidade virtual sensível, divertida e empática, com quem desenvolve um relacionamento cada vez mais íntimo e profundo. O longa possui 95% de aprovação no Rotten Tomatoes e nota 8,0 no IMDb.A trama pode parecer fantasiosa, mas já encontra reflexos na realidade atual, segundo o CEO da FWK Innovation Design. “Quem já usou ferramentas como Replika ou Pi.ai sabe que estamos criando laços reais com entidades digitais”, afirma. Ele destaca que o verdadeiro desafio não é mais tecnológico, mas emocional: “A pergunta já não é ‘isso vai acontecer?’ — e sim ‘estamos preparados para lidar com isso emocionalmente?’”. O longa está disponível para aluguel na Amazon Prime Video e Apple TV+.Em Ela, o protagonista se apaixona por uma assistente virtual — algo que já acontece hoje em diaReprodução/IMDbCom informações de IMDb (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10), Rotten Tomatoes (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10) e JustWatch (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10).🎥Amazon Prime Video: veja preço dos planos, catálogo e como funcionaAmazon Prime Video: veja preço dos planos, catálogo e como funcionaLeia tambémInitial plugin texto