Após quase dois anos sem lançar um álbum solo, a rapper e compositora Ebony está de volta aos palcos com a turnê KM2, um novo capítulo em sua trajetória. O nome faz referência à sua cidade natal, Queimados, na Baixada Fluminense, carinhosamente apelidada por ela e seus amigos de “K-M-Dois”. Mais do que um show, a turnê é um reencontro com suas raízes — e um convite para o público mergulhar na fase mais íntima, corajosa e intensa da artista até agora.Baseada no recém-lançado disco homônimo, KM2 constrói um espetáculo que mistura batidas pesadas e delicadeza lírica, com passagens por estilos como rap, drum and bass, funk, trance, entre outros… Ao longo da apresentação, a rapper transforma vivências reais em música: dores que viraram cicatriz, fé que virou impulso, perguntas que seguem sem resposta — mas que, ditas em voz alta, encontram eco em quem escuta. KM2 é sobre se despir da performance e revelar o que existe por dentro, mesmo quando é confuso, imperfeito ou amargo.Mais do que uma sequência de músicas, a turnê é um espaço de atravessamento. Uma linha que liga a menina de Queimados à artista que existe hoje — e que, sem medo de se mostrar, assume o palco como quem ocupa um lugar que sempre foi seu. É show, é reencontro, é travessia.Foi daí que veio também a decisão de assumir a direção e o roteiro da tour. Ebony sentiu que precisava colocar a alma inteira no palco — sem mediações, sem atalhos. Cada escolha — do conceito ao figurino — carrega um pedaço da história dela, com todas as dores, dúvidas e liberdade que vêm junto. Não se tratava de aprovar ideias prontas, mas de partir de dentro, com verdade, e só então convidar os outros a ajudarem a construir.”Senti que era pessoal demais. Óbvio que ninguém faz nada sozinho, estou contando com profissionais excelentes pra transformar essa visão em realidade, mas a alma tinha que partir de mim, sabe? Eu não podia só aprovar a ideia de alguém em algo que é parte de mim, da minha história.”Assumir esse processo foi também uma forma de se reconhecer — e de marcar um novo momento da carreira em que a liberdade criativa não é só estética: é íntima, emocional e política.