Creditas e OLXmiram fatia de R$ 36 bilhões no mercado de aluguel

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A Creditas e a OLX querem ganhar mais espaço no mercado de garantia locatícia, uma alternativa que promete facilitar a vida de locadores e inquilinos, reduzindo a papelada para as imobiliárias.A parceria, que começou a ser desenhada há cerca de quatro anos, está ganhando força num momento em que o mercado de locação de imóveis não para de crescer.São mais de 6 milhões de contratos fechados por ano no Brasil, movimentando até R$ 36 bilhões, e ainda concentrados, em sua maioria, nos velhos modelos de fiador.VEJA TAMBÉM: Quanto seu dinheiro pode render com previdência privada? Faça sua simulação GRATUITA com o Money TimesEnquanto concorrentes como o QuintoAndar decidiram deixar o segmento — o QuintoCred, linha própria de garantia locatícia, foi descontinuado —, OLX e Creditas seguem dobrando a aposta em um modelo que substitui fiadores, cauções em dinheiro e títulos de capitalização.“No processo de locação, um dos principais pontos é justamente a busca por uma garantia locatícia. Isso ainda trava muitas negociações, já que o inquilino precisa correr atrás de fiador, caução ou seguro-fiança, que nem sempre são baratos ou fáceis de aprovar”, explicam Rafael Nader, VP de imóveis do Grupo OLX, e Daniel Ricci, head de negócios da Creditas, em entrevista ao Money Times.A meta, segundo os executivos, é avançar sobre esse mercado inexplorado, oferecendo conveniência para as mais de 30 mil imobiliárias e corretores que anunciam nos portais OLX Imóveis, Zap Imóveis e Viva Real — que juntos concentram 7 milhões de anúncios diários.Garantia locatícia: um produto de créditoNa prática, a jornada é 100% digital. A imobiliária inicia o processo preenchendo um formulário com informações básicas do candidato — nome, CPF, renda declarada. Em cerca de dois minutos, o motor de crédito da Creditas cruza dados de renda, score de crédito, processos judiciais e antecedentes.“Em menos de duas horas, a imobiliária pode ter uma resposta definitiva. E para reforçar a segurança, temos biometria facial, checagem de documentos e análise antifraude”, explica a Ricci.As empresas destacam que um diferencial importante é a agilidade no caso de inadimplência: se o inquilino não paga, a imobiliária pode acionar a garantia no dia seguinte ao vencimento do boleto. O valor é liberado em até D+6, enquanto outros modelos levam entre 15 e 30 dias.No caso de não pagamento, a dívida é transferida do locador para a Creditas, que passa a cobrar diretamente o inquilino. A fintech prioriza negociações amigáveis para evitar despejos ou processos judiciais — mas não descarta medidas legais se necessário.“É um produto de crédito, não um seguro. Por isso, mesmo que o locador receba, a dívida continua existindo para o inquilino, que precisa regularizar a pendência conosco”, detalha a empresa.Mesmo com juros altos — agora no patamar dos 15% ao ano — o mercado de locação segue resiliente.Nos últimos quatro anos, o volume de contratos de aluguel cresceu em média 27% ao ano, enquanto a demanda por garantias profissionais avança a um ritmo ainda maior, de 40% ao ano, segundo dados das empresas.LEIA MAIS: Veja como ajustar seu portfólio internacional diante da nova decisão de juros do FedPara os executivos, o grande desafio é garantir uma análise de crédito precisa, que evite aprovações fora do perfil.“O risco existe — desemprego, doença, imprevistos — mas o maior problema é aprovar mal. Se alguém com renda incompatível assume um aluguel alto, vai virar inadimplência certa”, admite o executivo da Creditas.De olho no mercado bilionário, OLX e Creditas pretendem expandir a base de imobiliárias usando tecnologia para automatizar processos, reduzir burocracias e aumentar a liquidez dos imóveis anunciados.“Para muitos proprietários, o aluguel é uma renda complementar essencial, principalmente idosos. Nossa proposta é dar previsibilidade e segurança para essas famílias, mesmo em momentos difíceis”, avalia Nader.