O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve nesta quinta-feira (19) a prisão do coronel do Exército Marcelo Câmara após a audiência de custódia, realizada para verificar as condições da detenção.Advogado de Câmara, Eduardo Kuntz informou à CNN que a defesa técnica vai recorrer por meio de agravo regimental na próxima segunda-feira (23), “demonstrando a ilegalidade da prisão e aguardando que ele seja solto imediatamente”.A prisão preventiva de Câmara foi determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Ele foi preso por agentes da polícia federal em casa e levado à sede da PF para os trâmites legais. O militar está preso no Batalhão da Polícia do Exército de Brasília. Leia Mais Veja a lista de autoridades monitoradas pela "Abin paralela" Quem é Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro preso por ordem de Moraes PF: Grupo liderado por Braga Netto queria ter acesso à delação de Cid Na mesma decisão, Moraes também autorizou a abertura de inquérito contra Câmara e seu advogado, Eduardo Kuntz. A Polícia Federal vai conduzir uma investigação sobre o caso. De acordo com Moraes, os dois tentaram obter dados sigilosos do acordo de colaboração premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro – o mesmo motivo que levou à prisão preventiva do general Walter Braga Netto, ex-ministro da gestão passada.O próprio advogado disse ao Supremo que teria falado com Cid por meio de um perfil que seria da esposa do delator, que estava proibido de usar as redes sociais. As conversas foram publicadas pela revista Veja. Moraes afirma que, segundo as informações prestadas pela própria defesa de Câmara, houve descumprimento das medidas cautelares impostas quando o réu foi colocado em liberdade provisória – o que revela “completo desprezo” pelo STF. Isso porque o coronel estava proibido de manter contato com os demais investigados, mas acabou fazendo isso por meio do seu advogado.Plano de golpe: Marcelo Câmara está preso e sob custódia da PF | CNN 360ºA intenção de Kuntz seria “descobrir os termos do acordo de colaboração para beneficiar” seu cliente no futuro. O ministro determinou que Câmara, Kuntz e Cid sejam ouvidos pela Polícia Federal em até 15 dias.Em nota enviada à CNN, o advogado de Kuntz, Renato Marques Martins diz que a decisão de Moraes é “abusiva” e que Kuntz, ao ser procurado por Cid, teria apenas “exercido seu dever de verificar se a delação foi ou não espontânea”.