O Bitcoin (BTC) ultrapassou novamente a barreira dos US$ 105 mil na terça-feira (24), impulsionado pelo alívio das tensões geopolíticas no Oriente Médio. O preço se manteve acima dos níveis de US$ 105 mil, cumprindo o papel do BTC como reserva de valor.No entanto, uma história ainda mais notável se esconde sob a superfície: o mercado absorveu uma onda colossal de realização de lucros sem entrar em colapso. De acordo com o analista Axel Adler, os investidores venderam mais de 700 mil Bitcoins durante a crise iniciada no final de semana.A maior parte dessas vendas veio de investidores de curto prazo – carteiras que possuíam BTC desde meados de abril. Mas o preço do Bitcoin não desvalorizou com essas vendas porque elas encontraram uma demanda igualmente forte. Com isso, mesmo o aumento de US$ 66 bilhões no capital realizado não foi o bastante para fazer o BTC cair novamente.Investidores de curto prazo aumentam realização de lucros com Bitcoin. Fonte: CryptoQuant/Alex Adler.Leia também: Hashdex lança novo ETF no Brasil unindo Bitcoin e ouroBitcoin como reserva de valorDe acordo com Adler, houve um aumento de US$ 66 bilhões no Capital Realizado para o grupo de investidores de 0 a 1 mês desde 13 de abril. Esse grupo reúne aqueles investidores que compraram Bitcoin há menos de um mês.Embora essa pressão de venda agressiva normalmente desencadeie uma queda significativa, Adler destacou que isso não aconteceu. O motivo foi que novos compradores que entram no mercado têm absorvido constantemente essa oferta massiva. Em sua opinião, essa compensação manteve as negociações de Bitcoin dentro de uma faixa relativamente estreita nas últimas semanas. E além disso, esses investidores possuem um perfil de longo prazo, focados em guardar BTC.No entanto, seu Modelo de Razão de Contagem de Lucros/Perdas do Bloco indica que o frenesi de realização de lucros pode ter diminuído. De fato, este índice caiu de 34.000 pontos, próximo à máxima histórica do BTC em maio, para apenas 216 pontos hoje.“As vendas lucrativas quase desapareceram”, observou Adler, enquanto a proporção de transações com prejuízo aumentou. A explicação mais provável é que a onda de vendedores ansiosos já passou, substituída por compradores acumulando em níveis mais baixos, reduzindo o risco imediato de uma queda acentuada.Enquanto isso, os mercados globais estão experimentando uma sensação de alívio graças a um cessar-fogo inesperado entre Israel e o Irã. O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou uma cessação “completa e total” das hostilidades, acalmando os temores de um conflito mais profundo.O que vem por aí?De fato, o BTC apresentou uma recuperação notável desde que caiu abaixo da marca simbólica de US$ 100 mil após os Estados Unidos lançarem ataques aéreos contra várias instalações nucleares iranianas na semana passada. Logo após o ataque, a criptomoeda teve uma forte queda e chegou a atingir o fundo de US$ 98.400.Em uma escala semanal, o BTC acumula queda de cerca de 1,1%, o que representa um desempenho modesto abaixo do valor de 0,4% do mercado de criptomoedas em geral no mesmo período. A criptomoeda também sofreu uma ligeira queda de 1,7% nos últimos 30 dias, refletindo as recentes cascatas de liquidação e o histórico negativo dos terceiros trimestres.Como o analista Benjamin Cowen destacou anteriormente, o Bitcoin frequentemente enfrenta dificuldades durante os meses de verão (no hemisfério norte). Ciclos de alta anteriores registraram quedas acentuadas de 25% a 35% entre junho e julho, antes de se recuperar no final do quarto trimestre.Leia também: Ledger ‘ressuscita’ polêmico recurso para recuperação de senhas de carteirasO post Bitcoin prova força como reserva de valor após crise e forte realização de lucros apareceu primeiro em CriptoFacil.