O Huione Group, maior plataforma de crimes digitais do Telegram, realizou um rebranding estratégico após ser banido em maio de 2024 – mas não abandonou os negócios. Sob o novo nome, o marketplace ilegal do Telegram continua operando os mesmos serviços criminosos: lavagem de dinheiro, venda de dados roubados e ferramentas para golpes financeiros, mantendo um fluxo bilionário em criptomoedas.De acordo com dados da Elliptic, o grupo, com sede no Camboja e ligações políticas, movimentou US$ 24 bilhões apenas no último trimestre de 2024. A migração para a nova marca foi tão eficiente que, em semanas, o Tudou já reunia o mesmo volume de usuários do Huione em seu auge.Nos bastidores, a transição foi planejada: documentos mostram que o Huione adquiriu 30% do Tudou ainda em dezembro de 2024, garantindo continuidade às operações. A plataforma oferece desde uma stablecoin própria para burlar sanções, uma exchange de criptomoedas, serviços profissionais de lavagem de dinheiro e kits completos para golpes como o “abate de porcos”.Golpe da confiançaNesse esquema sofisticado, os golpes criam perfis falsos usando fotos de pessoas atraentes para estabelecer relacionamentos virtuais.Durante dias, eles conquistam a confiança das vítimas antes de convencê-las a investir em plataformas falsas de criptomoedas. Quando os valores atingem montantes significativos, os golpistas desaparecem com todo o dinheiro.A situação se torna ainda mais grave pelo uso de mão de obra traficada nessas operações. Pessoas são enganadas com promessas de bons empregos no exterior, apenas para serem mantidas em cativeiro e forçadas a aplicar golpes. O recente caso de dois brasileiros que conseguiram escapar de um esquema desses trouxe à tona essa prática cruel.Leia também: FTX contesta cobrança de US$ 1,53 bilhões da 3AC e acusa fundo de má gestão e má-féPrisão e pressãoA pressão para conter esses grupos levou recentemente à prisão do CEO do Telegram, Pavel Durov. Apesar dos esforços da plataforma para banir esses mercados, os criminosos têm se mostrado mais ágeis.De acordo com o relatório da empresa de análise Elliptic, após o banimento de todos os grupos ligados ao Huione Group em 11 de maio, o marketplace anunciou um rebranding imediato.Os pesquisadores da Elliptic descobriram que todos os criminosos migraram para o novo canal. Afinal, em menos de 2 meses, o canal já possui o mesmo número de usuários que o Huione antes do banimento.Mais preocupante ainda: documentos mostram que o Huione Group havia adquirido 30% desse novo mercado de crimes já em dezembro de 2024, demonstrando uma impressionante capacidade de adaptação e planejamento dessas organizações criminosas.O relatório destaca ainda que, apesar das ações recentes do Telegram, as medidas da plataforma ainda estão aquém do necessário. Enquanto o aplicativo tenta remover grupos ilegais, novos marketplaces surgem diariamente, muitos deles em franca expansão. A Elliptic classificou como uma “verdadeira epidemia de golpes“.Leia também: Ethereum em recuperação: baleias podem retomar suporte de US$ 2.500?O post Marketplace ilegal do Telegram troca de nome, mas mantém esquema bilionário com criptomoedas apareceu primeiro em CriptoFacil.