Faixa preta de jiu-jitsu, Pedro Heck vê no esporte lições valiosas para o trader. “Eu comecei o jiu-jitsu em 2012, na faculdade. A faixa azul, por exemplo, é a faixa onde mais se desiste. O paralelo com o mercado é claro: é quando o patrimônio fica flat por anos. A importância está nos pequenos ganhos que, ao longo do tempo, fazem a diferença” explica.Para os iniciantes, o conselho é direto: “Na faixa branca (do jiu-jtsu), seu trabalho é ir lá apanhar, agradecer e voltar no dia seguinte”. No mercado, ele faz o paralelo. “Se precisa sobreviver tempo suficiente para aprender. O stop loss (perda) no mercado é como o arm lock (chave de braço) no jiu-jitsu: ou você bate e vive para lutar outro dia, ou quebra o braço”, compara Heck ao relacionar o trade ao jiu-jitsu.No episódio 68 do GainDelas, do canal GainCast, Pedro Heck — trader, ex-gestor e fundador de uma mesa proprietária em Ribeirão Preto (SP) — compartilhou sua trajetória no mercado financeiro, os desafios da profissão e como a disciplina do jiu-jitsu ajuda em sua rotina como operador.“Eu fui trader de uma gestora aqui no interior de São Paulo (Ribeirão Preto). Comecei na pessoa física, como muitos, operando com uma continha de R$ 1 mil e perdendo dinheiro no início, o que é o natural”, conta Pedro.Heck destacou que sua entrada no mercado foi acompanhada de estudos ainda na faculdade. “Eu comecei a estudar o mercado financeiro na época da faculdade. Eu pegava muita optativa na FEA (USP) lá de Ribeirão Preto, de mercado financeiro, derivativos, sistema financeiro nacional. Não tinha dinheiro para operar, mas falei: ‘Eu vou aprendendo no dia que o dinheiro aparecer a gente vê o que faz’”, lembra.Aprenda o Setup da Praia na Semana do Trader Sossegado 2.0 Operar na pessoa físicaHeck fala no episódio sobre sua experiência como trader institucional. “Eu acho que o primeiro ponto que prego muito é estrutura. O volume financeiro é absurdamente superior, mas o que diferencia é ter uma equipe do lado, análise macro, montagem de carteira. O frio na barriga aparece, não tem como evitar, mas essa estrutura dá respaldo”, frisa.Ao deixar a gestora, Pedro não sentiu dificuldade em ajustar o tamanho das operações. “Tenho já bem estabelecido na minha cabeça qual é o tamanho de mão que eu opero, aquele que eu consigo ir lá pegar meu iFood sem ficar suando frio”, afirma.Leia também:De dentista a trader nômade: como Tati Stefani vive de day trade viajando o mundoA gente não vende ilusão mas tem oportunidade, diz trader sobre operação automatizadaEle já operou 1.400 contratos de índice mas descobriu que podia ganhar mais com menosConselhos Pedro Heck destaca três conselhos fundamentais para quem está na jornada do trade. O primeiro, segundo ele, é deixar o ego do lado de fora. “O que vai te quebrar é o teu ego. A gente não vai acertar sempre. A gente precisa acertar, ganhar bem quando acerta e perder pouco quando erra”, afirma.O segundo conselho é aceitar que o processo envolve falhas e dores ao longo do caminho. “Você vai se machucar no meio do caminho, vão ter algumas lesões, e isso nunca vai parar. Aceite isso”, diz, reforçando o paralelo com o jiu-jitsu e o mercado financeiro.Por fim, Pedro aponta a importância de respeitar o próprio tempo e trajetória, sem comparações desnecessárias. “Cada um tem o seu tempo. Inspire-se em histórias, mas não compare sua jornada com a de outros”, recomenda.Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o infomoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice.The post De faixa preta no jiu-jitsu ao day trade: Na faixa branca o trabalho é ir lá apanhar appeared first on InfoMoney.