Israel e Irã entram na segunda semana de conflito com ataques aéreos

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O conflito aéreo entre Israel e Irã entra na segunda semana nesta sexta-feira (20) e autoridades europeias tentam atrair Teerã de volta à mesa de negociações depois que o presidente Donald Trump disse que qualquer decisão sobre o possível envolvimento dos EUA seria tomada dentro de duas semanas.Israel começou a atacar o Irã na sexta-feira (13) passada (quinta-feira à noite, no horário de Brasília), alegando que o objetivo era impedir que seu inimigo de longa data desenvolva armas nucleares.O Irã retaliou com ataques de mísseis e drones contra Israel. O país afirma que seu programa nuclear é pacífico.Ataques aéreos israelenses mataram 639 pessoas no Irã, informou a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos. Entre os mortos estão o alto escalão militar e cientistas nucleares.Israel afirmou que pelo menos duas dúzias de civis israelenses morreram em ataques com mísseis iranianos. Leia mais: Irã ameaça processar chefe da agência nuclear da ONU por "inação" Milícia xiita apoiada pelo Irã ameaça atacar bases dos EUA no Oriente Médio Mais de 12 mil peregrinos iranianos não conseguem sair da Arábia Saudita A Reuters não conseguiu verificar de forma independente o número de mortos de nenhum dos lados.Israel tem como alvo instalações nucleares e capacidades de mísseis, mas também busca destruir o governo do líder supremo aiatolá Ali Khamenei, de acordo com autoridades ocidentais e regionais.“Estamos visando a queda do regime? Isso pode ser um resultado, mas cabe ao povo iraniano se levantar por sua liberdade”, disse o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na quinta-feira (19).Israel ataca retor nuclear do Irã | CNN NOVO DIAO Irã disse que está atacando instalações militares e de defesa em Israel, mas também atingiu um hospital e outras instalações civis.Israel acusou o Irã na quinta-feira de alvejar civis deliberadamente com o uso de munições de fragmentação, que dispersam pequenas bombas por uma ampla área.A missão do Irã nas Nações Unidas não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.Como nenhum dos países recuou, os ministros das Relações Exteriores do Reino Unido, França e Alemanha, juntamente com a chefe de política externa da União Europeia, devem se reunir em Genebra com o ministro das Relações Exteriores do Irã para tentar acalmar o conflito nesta sexta-feira.“Agora é a hora de pôr fim aos graves cenários no Oriente Médio e evitar uma escalada regional que não beneficiaria ninguém”, disse o ministro das Relações Exteriores britânico, David Lammy, antes de sua reunião conjunta com Abbas Araqchi, ministro das Relações Exteriores do Irã.O presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente chinês, Xi Jinping, condenaram Israel e concordaram que a distensão é necessária, disse o Kremlin na quinta-feira.O papel dos Estados Unidos, por sua vez, permanece incerto.Na quinta-feira, em Washington, Lammy se encontrou com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o enviado especial de Trump para a região, Steve Witkoff, e disse que discutiram um possível acordo.Witkoff conversou com Araqchi diversas vezes desde a semana passada, segundo fontes. Trump, por sua vez, alternou entre ameaçar Teerã e instá-lo a retomar as negociações nucleares, suspensas devido ao conflito.Trump cogitou atacar o Irã, possivelmente com uma bomba “destruidora de bunkers”, capaz de destruir instalações nucleares construídas no subsolo. A Casa Branca afirmou na quinta-feira que Trump decidiria nas próximas duas semanas se se envolveria na guerra.Esse pode não ser um prazo definitivo. Trump costuma usar “duas semanas” como prazo para tomar decisões e permite que outros prazos econômicos e diplomáticos sejam prorrogados.Análise: Prazo de Trump para decidir sobre conflito coloca pressão no Irã | CNN PRIME TIMECom a República Islâmica enfrentando uma de suas maiores ameaças externas desde a revolução de 1979, qualquer desafio direto ao seu governo de 46 anos provavelmente exigiria alguma forma de revolta popular.Mas ativistas envolvidos em protestos anteriores dizem que não estão dispostos a desencadear uma agitação em massa, mesmo contra um sistema que odeiam, com sua nação sob ataque.“Como as pessoas podem ir às ruas? Em circunstâncias tão horríveis, as pessoas estão focadas apenas em salvar a si mesmas, suas famílias, seus compatriotas e até mesmo seus animais de estimação”, disse Atena Daemi, uma ativista proeminente que passou seis anos na prisão antes de deixar o Irã.