Vidros estilhaçados e pilhas de escombros cobriam o chão do Centro Médico Soroka nesta quinta-feira (19), depois que um míssil iraniano atingiu o hospital no sul de Israel, ferindo dezenas de pessoas.O importante hospital público, que atende cerca de 1 milhão de pessoas que vivem no sul de Israel, sofreu danos extensos no ataque. Várias enfermarias foram completamente destruídas, com destroços espalhados pelo estacionamento e calçadas ao redor.“Sabíamos pelo barulho que não era nada parecido com o que estávamos acostumados, que não era nada parecido com o que tínhamos visto antes”, disse Nissim Huri, que trabalhava na cozinha e se refugiou em um abrigo de concreto durante o ataque. Leia Mais: Chanceler do Irã se reunirá com ministros europeus nesta sexta-feira (20) Milícia xiita apoiada pelo Irã ameaça atacar bases dos EUA no Oriente Médio Israel acusa Irã de disparar míssil com bomba de fragmentação “Foi aterrorizante”, disse Huri, descrevendo as cenas ao sair do abrigo como “destruição completa”. Israel lançou uma guerra aérea contra o Irã, chamando-a de um ataque preventivo projetado para impedir que o Irã desenvolva armas nucleares.O Irã negou planos de desenvolver tais armas e retaliou lançando contra-ataques contra Israel. Funcionários do hospital disseram que a explosão foi tão forte que os jogou para trás. Na tarde de quinta-feira, eles estavam sentados no pátio do hospital assistindo a vídeos de enormes colunas de fumaça.O Ministério da Saúde de Israel informou que 71 pessoas ficaram feridas no ataque, a maioria delas sofrendo ferimentos leves ou ataques de pânico enquanto corriam para se abrigar. Funcionários do hospital evacuaram pacientes e isolaram as áreas danificadas.A Guarda Revolucionária do Irã afirmou ter atacado quartéis-generais militares e de inteligência israelenses próximos ao hospital. Um oficial militar israelense negou a existência de alvos militares nas proximidades.O hospital começou a retirar pacientes de alguns prédios nos últimos dias como parte das precauções de emergência em resposta aos ataques iranianos. Desde então, limitou as internações apenas a casos com risco de morte. Pacientes no prédio danificado foram levados para uma unidade subterrânea poucas horas antes do ataque, segundo um comunicado do Ministério da Saúde de Israel.O transportador médico Yogev Vizman, chamado ao local logo após a explosão, disse ter testemunhado “destruição total” ao chegar. “O prédio inteiro estava em chamas… tudo desabou”, disse Vizman.“Estou triste, isso é como a minha casa, eles simplesmente destruíram a nossa casa… Nunca pensei que um hospital seria atingido diretamente.” Soldados da unidade de busca e resgate do Exército israelense vasculharam os prédios destruídos para garantir que ninguém estivesse preso lá dentro. Um soldado israelense disse à Reuters que tudo o que viu inicialmente foi “fumaça preta e espessa” e que inspecionaram todos os andares em busca de vítimas.“É a vontade de Deus que este lugar tenha sido evacuado de civis ontem à noite”, disse ele, falando sob condição de anonimato.