Venda de 20% da Vivo renderia cerca de 3 bilhões de euros à Telefônica (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog) Resumo Telefónica, dona da Vivo, considera vender até 20% da operadora no Brasil.A operação visa reduzir a exposição à moeda brasileira, que tem gerado volatilidade nos resultados da empresa, e priorizar investimentos europeus.A companhia vive uma reestruturação desde 2019, quando começou a deixar de investir em toda a América Latina.A Telefónica estuda vender até 20% da Vivo no Brasil para financiar uma possível expansão na Europa. A informação circula pela imprensa espanhola e indica que o país, até então uma das operações mais seguras da companhia na América Latina, pode deixar de ser intocável.Segundo o jornal espanhol El Economista, a venda parcial da Telefônica Brasil (Vivo) é uma das duas principais alternativas avaliadas na revisão estratégica do grupo. A outra opção seria uma ampliação de capital — o que não afetaria a Vivo.O objetivo seria levantar recursos para fusões e aquisições em mercados europeus sem colocar em risco a saúde financeira da empresa. Venda pode render R$ 16 bilhõesA Telefónica possui atualmente cerca de 70% da subsidiária brasileira. A venda de uma fatia de quase 20% da Vivo poderia render mais de 3 bilhões de euros (cerca de R$ 16 bilhões na cotação atual), mantendo a empresa com o controle acionário da operadora.Com isso, a Telefónica sacrificaria parte dos dividendos gerados pela operação brasileira, mas, em troca, reduziria sua exposição ao real. A moeda brasileira, segundo o El Economista, há anos gera volatilidade nos resultados do grupo. O presidente executivo da companhia, Marc Murtra, tem reiterado que a prioridade da Telefónica é a Europa e há disposição de realocar o máximo de recursos para essa frente.Telefónica passa por reestruturação desde 2019Até agora, Brasil esteve de fora do corte da Telefónica na América Latina (foto: Leandro Alonso/Tecnoblog)A possível venda de parte da Vivo contrasta com o tratamento dado à operação brasileira nos últimos anos. Mesmo em meio a uma ampla reestruturação, iniciada em 2019 — que resultou na venda de operações em grande parte da América Latina, incluindo México, Argentina, Equador e Peru —, a empresa manteve o Brasil entre seus mercados prioritários, junto à Alemanha, Espanha e Reino Unido.Nesse contexto, a Vivo era vista como uma joia da Telefónica na região, ainda mais considerando sua forte presença no mercado de telefonia móvel. A empresa é a líder isolada no Brasil, com uma participação de mercado que gira em torno dos 40%, muito à frente das principais concorrentes, Claro e TIM.Pela Vivo, a Telefónica também tem forte presença em banda larga e fibra ótica no Brasil, além de operar em diversos produtos e serviços digitais. Com informações de El EconomistaTelefônica pode vender parte da Vivo para expandir na Europa