Advogado diz que Marcelo Câmara não sabia do teor das conversas com Cid

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O advogado Eduardo Kuntz afirmou à CNN que, em depoimento à PF (Polícia Federal), explicou que o ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), coronel Marcelo Câmara, sabia que Mauro Cid o havia procurado, mas que ele não teve acesso aos diálogos entre os dois.“Eu deixei bem claro que o Câmara não tinha qualquer envolvimento com isso e que ele sabia que Cid tinha me procurado, mas que nunca tratei do teor das conversas com ele, e ele só teve ciência quando da juntada do protocolo da defesa prévia”, disse Kuntz.O advogado faz parte da defesa de Câmara na ação penal da trama golpista. O depoimento dele, na sede da PF, em São Paulo (SP), durou cerca de quatro horas nesta terça-feira (1º). Essa foi a oitiva mais longa entre os quatro depoimentos simultâneos. Leia Mais Bolsonaro passará mês de julho em repouso domiciliar, diz boletim Análise: PL assedia Tarcísio, que resiste em deixar Republicanos Wajngarten e Kuntz dizem que não tentaram obstruir investigação Kuntz foi ouvido na apuração sobre obstrução de investigação, após ele próprio afirmar ao STF (Supremo Tribunal Federal) que era o interlocutor das mensagens que supostamente foram trocadas com o ex-ajudante de ordens em um perfil nas redes sociais.Após as revelações, o ministro relator Alexandre de Moraes determinou que o advogado prestasse depoimento. Além dele, o próprio Marcelo Câmara foi ouvido na sede da PF, em Brasília.Câmara está preso após suspeita de obstrução por infringir medida cautelar. O ex-assessor de Bolsonaro, de acordo com o STF, não poderia entrar em contato com investigados, nem por meio de terceiros.Moraes considerou que, como o advogado supostamente conversou com o delator, a medida foi infringida. O militar foi escoltado pela Polícia do Exército para o depoimento, que durou cerca de uma hora.Além de Kuntz e Câmara, a PF também ouviu o ex-assessor de Bolsonaro Fábio Wajngarten e o advogado do ex-presidente, Paulo Cunha Bueno.Em depoimento, Mauro Cid apontou que ambos também procuraram contatar a família dele para ter informações sobre a defesa dele entre 2023 e 2024.Os dois negam qualquer contato que buscasse informações sobre o acordo de delação premiada ou das estratégias de defesa de Cid.Ao sair do depoimento, Wajngarten afirmou que pode buscar medidas contra Cid por calúnia.