STF condena campista acusado de liderar acampamento golpista

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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, por maioria, o réu campista Diego Dias Ventura a 14 anos de pena total pelos crimes cometidos durante os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A decisão, tomada em sessão virtual realizada entre os dias 20 e 30 de junho, seguiu o voto do relator, o ministro Alexandre de Moraes.Ventura foi acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de liderar os acampamentos golpistas em Brasília, que antecederam e desembocaram na destruição dos prédios dos Três Poderes. O julgamento virtual teve voto divergente parcial do ministro Luiz Fux e ressalvas do ministro Cristiano Zanin. Fux votou pela condenação a 11 anos, enquanto Zanin votou para condenar o réu a 9 anos e 6 meses de reclusão.Terminado o julgamento, a pena imposta ao réu inclui 12 anos e 6 meses de reclusão, 1 ano e 6 meses de detenção e 100 dias-multa, cada um fixado em 1/3 do valor do salário mínimo. Diego Dias Ventura foi condenado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada.Além da pena privativa de liberdade, o réu foi condenado ao pagamento de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 30 milhões. A Turma fixou ainda o regime fechado para o início do cumprimento da pena.PRISÃO EM 2023 - A Polícia Federal (PF) prendeu Diego Ventura, um dos líderes da invasão golpista ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) no 8 de Janeiro. A PF cumpriu o mandado de prisão na noite da última quinta-feira 20, quando Ventura estava em um evento chamado “Assembleia Nacional da Direita Brasileira”, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.De acordo com a PF, Ventura foi preso no curso da Operação Lesa Pátria, que teve início ainda no dia 20 de janeiro e busca identificar pessoas que participaram do 8 de Janeiro, incluindo financiadores. A ordem de prisão foi emitida pelo STF. Além da prisão, a PF apreendeu o celular dele.Líder de um grupo de extrema-direita, Ventura esteve presente no acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília (DF), após as eleições de 2022. No final de dezembro, ele foi detido pela Polícia Militar (PM) do DF ao se dirigir ao STF com estilingues, rádios e comunicadores. Segundo publicação do portal UOL de janeiro deste ano, Ventura era líder do grupo Abrapa 01, um braço dissidente da Associação Brasileira de Patriotas. A publicação apontou que o grupo administrava, por exemplo, uma das cozinhas do acampamento montado em frente ao QG do Exército na capital federal.Até o momento, a defesa de Diego Ventura não se posicionou sobre o mandado de prisão cumprido contra ele.Fonte: Correio Braziliense e Carta Capital