UE vai aceitar tarifa universal de Trump, mas busca isenções em setores-chave

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A União Europeia está disposta a aceitar um acordo comercial com os EUA que inclua uma tarifa universal de 10% sobre muitas das exportações do bloco, mas quer que os EUA se comprometam com taxas menores em setores-chave como farmacêuticos, bebidas alcoólicas, semicondutores e aeronaves comerciais.A UE também está pressionando os EUA por cotas e isenções para reduzir efetivamente a tarifa de 25% de Washington sobre automóveis e peças automotivas, bem como a tarifa de 50% sobre aço e alumínio, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.A Comissão Europeia, responsável pelas questões comerciais do bloco, vê esse acordo como levemente favorável aos EUA, mas ainda assim algo que poderia aceitar, disseram as fontes, que falaram sob condição de anonimato.Leia tambémBessent: EUA podem voltar às tarifas de 2 de abril caso não haja avanço em acordosBessent ressaltou que, embora alguns países tenham negociado de “boa fé” com os EUA, o governo norte-americano precisa “considerar algo” caso não feche acordosAcordo Reino Unido-EUA entra em vigor e reduz tarifas para setor auto e aeroespacialO primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, defendeu que o acordo com os americanos é “histórico” e que beneficia as empresas locaisA UE tem até 9 de julho para fechar um acordo comercial com Donald Trump antes que as tarifas sobre quase todas as exportações do bloco para os EUA subam para 50%. O presidente americano impôs tarifas a quase todos os seus parceiros comerciais, alegando querer trazer de volta a manufatura doméstica, financiar a extensão de cortes de impostos e impedir que outros países se aproveitem dos EUA.Um porta-voz da comissão não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.Segundo a Bloomberg, UE e EUA estão cada vez mais confiantes de que um acordo provisório pode ser alcançado até 9 de julho, permitindo que as negociações continuem após o prazo. Qualquer acordo também cobriria barreiras tarifárias e não tarifárias, compras de produtos americanos estratégicos e definiria áreas adicionais de cooperação, segundo as fontes.O chefe de comércio da UE, Maros Sefcovic, liderará uma delegação a Washington nesta semana para tentar avançar nas negociações, disseram as fontes. O bloco continua acreditando que um acordo de princípio é o melhor cenário, mas autoridades não conseguiram esclarecer por quanto tempo tais arranjos provisórios durariam enquanto as negociações prosseguem.A comissão também quer garantir que as tarifas setoriais atualmente em vigor nos EUA — como sobre carros e metais — assim como futuras tarifas planejadas por Washington, sejam tratadas desde o início, disseram duas das fontes.A UE busca abordar barreiras não tarifárias principalmente por meio de sua agenda de simplificação e propôs explorar compras estratégicas em várias áreas, como gás natural liquefeito e tecnologias de inteligência artificial. O bloco também está aberto a trabalhar com os EUA em desafios comuns de segurança econômica.A UE estima que as tarifas americanas atualmente abrangem € 380 bilhões (US$ 445 bilhões), ou cerca de 70%, de suas exportações para os EUA.A comissão informou aos Estados-membros nesta segunda-feira que o bloco recebeu uma proposta dos EUA abrangendo tarifas, barreiras comerciais não tarifárias e áreas de cooperação estratégica, disseram as fontes. Detalhes específicos da oferta americana, como possíveis taxas tarifárias, não foram compartilhados com os Estados-membros, acrescentaram.Autoridades apresentaram quatro cenários possíveis antes do prazo da próxima semana: um acordo com nível aceitável de assimetria; uma oferta americana desequilibrada que a UE não poderia aceitar; extensão do prazo para permitir a continuidade das negociações; ou Trump abandonar as negociações e aumentar as tarifas, disseram as fontes.No último cenário, é provável que a UE retalie com todas as opções disponíveis, disseram as fontes.Paralelamente às negociações, o bloco continua a preparar contramedidas caso as conversas tenham um resultado insatisfatório.A UE já aprovou tarifas sobre € 21 bilhões em produtos americanos que podem ser rapidamente implementadas em resposta às tarifas sobre metais impostas por Trump. Elas miram estados americanos politicamente sensíveis e incluem produtos como soja da Louisiana, estado do presidente da Câmara Mike Johnson, além de produtos agrícolas, aves e motocicletas.O bloco também preparou uma lista adicional de tarifas sobre € 95 bilhões em produtos americanos em resposta às chamadas tarifas recíprocas e tarifas automotivas de Trump. Elas atingiriam bens industriais, incluindo aeronaves da Boeing., carros fabricados nos EUA e uísque bourbon. A UE também está consultando os Estados-membros para identificar áreas estratégicas das quais os EUA dependem do bloco, bem como possíveis medidas que vão além das tarifas, como controles de exportação e restrições em contratos de compras públicas.A UE, que busca um acordo mutuamente benéfico, avaliará qualquer resultado final e, nesse momento, decidirá qual nível de assimetria está disposta a aceitar, informou a Bloomberg anteriormente.© 2025 Bloomberg L.P.The post UE vai aceitar tarifa universal de Trump, mas busca isenções em setores-chave appeared first on InfoMoney.