Nota: O texto abaixo contém temas que podem ser sensíveis ao público. Recomenda-se discrição. Você pode procurar ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo telefone 188 (24 horas por dia e sem custo de ligação).O Japão executou um homem apelidado de “assassino do Twitter”, que foi condenado pelo homicídio e desmembramento de nove pessoas, a maioria mulheres.Essa é a primeira vez que o país usa a pena de morte em quase três anos.Takahiro Shiraishi, de 34 anos, foi enforcado nesta sexta-feira (27) na Casa de Detenção de Tóquio. Ele foi condenado à morte em 2020 depois de se declarar culpado pelos nove assassinatos. Caso Madeleine McCann: Relembre o desaparecimento em Portugal Homem que esfaqueou escritor Salman Rushdie é condenado a 25 anos de prisão Luigi Mangione se declara inocente; promotores buscam pena de morte nos EUA Como o “assassino do Twitter” escolhia as vítimasShiraishi foi preso em outubro de 2017 depois que a polícia revistou a casa dele na cidade de Zama, na província de Kanagawa, nos arredores de Tóquio, para investigar o desaparecimento de uma mulher de 23 anos que havia expressado pensamentos suicidas nas redes sociais, incluindo o Twitter, agora conhecido como X.Três caixas térmicas e cinco contêineres foram encontrados no quarto de Shiraishi, contendo cabeças e ossos humanos com a carne raspada, informou na época a TV Asahi, afiliada da CNN, citando fontes policiais.O caso gerou grande repercussão no país durante anos e levantou preocupações sobre o uso das redes sociais.As nove vítimas tinham entre 15 e 26 anos, segundo a emissora pública japonesa NHK e a TV Asahi, que citaram como fonte processos judiciais.As vítimas postaram online que queriam tirar a própria vida, e foram posteriormente contatadas por Shiraishi através das redes.Usando um nome que pode ser traduzido livremente como “carrasco”, Shiraishi convidava as pessoas para seu apartamento na cidade de Zama, prometendo ajudá-las a morrer, informou a agência de notícias Jiji, citando a acusação.Shiraishi se declarou culpado de assassinar as vítimas, dizendo no tribunal que as matou para satisfazer os próprios desejos sexuais, relataram a NHK e a TV Asahi.Ele foi considerado culpado em dezembro de 2020 por assassinar, estuprar e desmembrar as nove vítimas e guardar seus corpos em seu apartamento.O advogado de Shiraishi recorreu da decisão para o Tribunal Superior de Tóquio, mas posteriormente retirou o recurso e a sentença foi finalizada, informou a NHK.“Este caso, motivado por motivos egoístas, como gratificação sexual e financeira, resultou na morte de nove pessoas ao longo de dois meses — algo profundamente grave que causou choque e ansiedade em toda a sociedade”, disse o ministro da Justiça japonês, Keisuke Suzuki, a repórteres nesta sexta-feira (27).“Entendo que seja um caso especialmente doloroso para as vítimas e suas famílias”, concluiu.Pena de morte no Japão é raraApós a notícia da execução, o pai de uma das vítimas de Shiraishi disse à NHK que preferia vê-lo “passar a vida refletindo sobre os crimes que cometeu, do que simplesmente perder isso com a pena de morte”.A execução de Shiraishi é a primeira que o país registra desde julho de 2022, informou a NHK.No Japão, a pena de morte é aplicada por enforcamento. As execuções são envoltas em segredo com pouco ou nenhum aviso, e as famílias e os advogados geralmente são notificados somente após o ocorrido.“A sentença de morte foi finalizada após um processo de julgamento completo. Após consideração cuidadosa e deliberada de todos os fatores, emiti a ordem de execução”, disse Suzuki.