Uma carta encontrada no apartamento em que Daniela Antonini, 42 anos vivia com sua filha, uma bebê de um ano e sete meses e com sua mãe, Cristina Antonini, 68 anos, foi crucial para a resolução da morte das três mulheres, achadas sem vida em 9 de maio.A investigação do caso foi concluída pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) na última segunda-feira (23/2). Segundo as diligências, Daniela provocou as mortes, propositalmente, ao deixar bandejas com carvão acesas no interior do quarto. Os óbitos foram causados por intoxicação por monóxido de carbono. Leia também Mirelle Pinheiro CV tinha “rooftop do tráfico” com passagens secretas na Rocinha Mirelle Pinheiro Piscina e geladeira lotada de cerveja: “rooftop do tráfico” é demolido Mirelle Pinheiro “Patriota” preso por atuar no 8/1 rompeu tornozeleira antes de fugir Mirelle Pinheiro Quem é a desertora esquartejada pelo CV e achada com bilhete na boca Em uma carta deixada por Daniela, a polícia encontrou a confissão. A mulher escreveu que tentou pedir ajuda de todas as formas, mas não deu.“Foram dois anos de desespero. Acabou. Levo comigo os que dependem de mim e arcarei com as consequências espirituais”, escreveu.Ainda na carta, Daniela escreveu que tinha apenas R$ 0,07 em conta. “Tenho uma dívida gigante, aluguel incalculável, Nunca imaginei que passaria essa situação”, declarou.Os quatro cães da família também foram localizados mortos no imóvel, em avançado estado de decomposição.Leia:Segundo a delegada Iara França Camargos, responsável pelo inquérito policial, os elementos reunidos nas apurações indicam que a ação foi planejada.“Chegamos à conclusão de que ela arquitetou o ato, o que caracteriza o crime de homicídio seguido de suicídio. Ela vedou o ambiente, preparou os braseiros e deitou com a filha e a mãe que já dormia sob efeito de medicação”, revelou.Os policiais coletaram cartas escritas pelas duas mulheres, além de documentos que indicam o histórico de sofrimento psíquico da investigada.IsolamentoConforme apurado, mãe e filha mantinham uma rotina de forte isolamento, sem vínculos próximos com os demais familiares.A mulher de 42 anos apresentava histórico de depressão desde a juventude, com relatos de tentativas de suicídio anteriores e dificuldades de relacionamento social. Após o nascimento da filha, os sintomas teriam se intensificado.“Apesar das dificuldades, as investigações mostram que a criança recebia todos os cuidados e havia apoio financeiro de familiares paternos e de programas públicos. Contudo, o adoecimento mental da mãe parece ter influenciado decisivamente em suas ações”, completou a delegada.Diante da morte da suspeita, o inquérito foi concluído com pedido de arquivamento.