“Bandido é quem quer tirar as pessoas à força”, diz Boulos no Moinho

Wait 5 sec.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSol) chamou o prefeito e o governador de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), respectivamente, de bandidos após ser perguntado sobre o envolvimento de ladrões nos movimentos sociais atuantes na Favela do Moinho, nesta quinta-feira (26/6).Segundo fala do deputado à imprensa, Tarcísio e Nunes queriam tirar à força os moradores do conjunto, sem oferecer nenhuma alternativa de moradia. As acusações acontecem após o Governo federal anunciar um programa de habitação às famílias do Moinho como alternativa ao emprego de violência por parte das forças de segurança paulistas.“Bandido é quem quer tirar as pessoas à força, como o Ricardo Nunes e o Tarcísio fizeram. Eles que são [bandidos]”, afirmou ele.Boulos também acusou os líderes paulistas de propagarem fake news ao dizer que os movimentos sociais “estão querendo manter o povo na favela em situação precária”. Ele rebate que as famílias que vivem no Moinho são as que mais sofrem e lamenta a falta de alternativas.“Todo mundo sabe da situação de risco aqui, já teve vários incêndios no Moinho e as famílias que vivem aqui são as que mais sofrem. As pessoas não queriam ficar a qualquer custo, elas só queriam uma alternativa”, lamentou.Acordo federalO governo federal anunciou, na segunda-feira passada (15/5), um programa de moradias gratuitas para moradores da Favela do Moinho.Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), houve um combinado para que as ações de desocupação sejam feitas sem emprego de violência.O acordo entre as duas gestões prevê a destinação de R$ 180 mil por família em subsídio.O montante virá do governo federal para a compra das casas. Ao todo, serão investidos R$ 180 milhões: R$ 162 milhões por parte do governo federal e R$ 18 milhões pelo estado.Será um programa do tipo compra assistida, semelhante ao adotado com os atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul.As famílias receberão imóveis já construídos ou em processo de construção gratuitamente.Os que já foram retiradas da favela ou firmaram acordos com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) deverão ter os contratos revistos.Entrega de unidades habitacionaisO governador Tarcísio de Freitas também compareceu em outro evento de habitação nesta quinta-feira (26/6) para a entrega de unidades habitacionais em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O governador anunciou a inauguração de 120 unidades e espera, até o final do ano, entregar 1.000 moradias na região.Ainda na agenda, Tarcísio foi questionado sobre o acordo federal sobre a Favela do Moinho. Segundo ele, o governo de São Paulo atuou com coragem para resolver a equação.“A gente fez o que ninguém teve coragem de fazer. Entrar no Moinho e resolver a equação lá, que não é só habitacional. É uma equação que envolve habitação mais assistência”, afirmou.Ele acrescentou que antes de firmar o programa com o Governo Federal 186 famílias já haviam sido removidas da favela. Hoje, 386 famílias já foram realocadas. Leia também São Paulo Favela do Moinho: silo está em ruína e deve ser demolido, diz Crea São Paulo Favela do Moinho: governos Lula e Tarcísio acertam moradias gratuitas São Paulo Favela do Moinho: ministros de Lula se reúnem com gestão Tarcísio São Paulo Favela do Moinho: moradores devem denunciar violência policial à União Uma parceria do Estado com a Prefeitura de São Paulo também oferece 800 vagas de emprego para os moradores da favela do Moinho. O governador afirma que o programa não é só habitacional e procura dar dignidade aos moradores.“Estamos entrando com cursos de capacitação. Então, não é só o programa habitacional. Tirar as pessoas para um lugar digno, para um lugar seguro. Porque, vamos lá, a favela do Moinho é uma área não regularizável”, concluiu.