Secretária de bioeconomia do PA celebra COP30 no país: “Protagonismo”

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Em um discurso marcado pela defesa da centralidade amazônica, no evento realizado pelo Metrópoles, nesta quinta-feira (26/6), Ponto de Mudança, a secretária adjunta de Bioeconomia do estado do Pará, Camille Bemerguy, destacou que a COP30 representa uma mudança de perspectiva sobre a região. Segundo ela, a conferência é uma oportunidade para mostrar que a Amazônia não deve ser tratada somente como pano de fundo, mas sim como protagonista nas soluções climáticas globais.“Costumamos dizer que, muitas vezes, os estrangeiros conhecem mais a Amazônia do que os próprios brasileiros. E eu falo isso com conhecimento de causa, como alguém que vem do Pará”, afirmou.Ela lembrou que o estado tem dimensões continentais e uma diversidade tão grande que muitas vezes nem seus habitantes conhecem plenamente sua riqueza cultural e ambiental.Acompanhe a transmissão do evento aqui:Camille defendeu que o debate sobre o futuro da floresta deve ocorrer a partir da floresta, com a escuta e a participação de quem vive nela.“Poder trazer os olhares nacionais e internacionais para dentro da Amazônia, para conhecer o que de fato acontece ali e discutir a Amazônia a partir da Amazônia, é algo extremamente importante. Recebemos isso como uma oportunidade concreta de construir uma agenda de ação sólida, enraizada na realidade”, declarou. Leia também Brasil COP30: “Brasil deve colocar seus interesses na mesa”, diz executivo Brasil CEO sobre a COP30: “Oportunidade histórica para o Brasil” Conteúdo especial Carlos Nobre: “COP30 pode ser a mais importante da história” Brasil Sônia Guajajara pede ações concretas rumo à COP30: “Valorização” Para a secretária, é preciso romper com o imaginário místico ou distante que historicamente marcou a percepção externa sobre a Amazônia. “Existe um povo, uma cultura, um conhecimento que precisam ser reconhecidos como parte da solução — e não apenas como símbolos”, disse.Ela também comentou que a escolha de Belém como sede da COP30 tem gerado uma reconfiguração dos espaços de diálogo. “Antes, os eventos e reuniões eram sempre em São Paulo, Brasília, ou outros centros urbanos distantes. Hoje, vemos um novo movimento se formando: agora, eles vêm até nós”, pontuou.Para Camille Bemerguy, esse novo protagonismo pode consolidar um modelo mais justo e eficaz de desenvolvimento sustentável, deixando de ser somente cenário e sim o real espaço para debates.