A doença Mão-Pé-Boca é uma enfermidade contagiosa causada pelo vírus Coxsackie da família dos enterovírus que habitam normalmente o sistema digestivo e também podem provocar estomatites (espécie de afta que afeta a mucosa da boca). De acordo com a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, embora a doença possa acometer também os adultos, ela é mais comum na infância, antes dos cinco anos de idade.A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) faz um alerta à população sobre os cuidados para prevenção e controle da doença de alto nível de contágio que atinge, principalmente, crianças menores de cinco anos e lactentes.“A palavra-chave para o combate da doença pé-mão-boca é a higiene. A lavagem das mãos na troca de fraldas, por exemplo, é fundamental, porque o vírus pode ser eliminado nas fezes mesmo após a cura dos sintomas. Outro ponto importante é limpar a superfície dos objetos, brinquedos, paredes, interruptores, maçanetas, mesas, cadeiras e outros que podem entrar em contato com as secreções das pessoas doentes. Essa limpeza pode ser feita com uma colher de sopa de água sanitária diluída em quatro copos de água limpa”, orienta a titular da Semsa, Shádia Fraxe.Como é transmitida?A doença Mão-Pé-Boca é transmitida de forma direta, por contato entre pessoas, e também de maneira indireta, por meio do contato com secreções respiratórias, lesões e fezes. Por esse motivo, é necessário reforçar o descarte adequado das fraldas, que devem ser jogadas em lixeiras com tampa. O período de contágio vai desde a fase de incubação, que dura de três a seis dias, até algumas semanas após o início da infecção no organismo.A autônoma Nelri Araújo, mãe de Ramon Miguel e Russell Edgard, relata que os primeiros sintomas surgiram com o filho mais novo, Russell, de 6 anos, que apresentou dor de garganta, coriza, tosse e sinais de gripe durante três dias.“Corri ao pronto socorro, imaginando ser uma crise alérgica. E assim foi diagnosticado com a ‘Mão-Pé-Boca’. A Dra disse que é um vírus como o da catapora, cheio de bolinhas nas mãos, nos pés e na boca, que se estouram”, relata Nelri. “Nunca sonhei que poderia ser isso“.Depois de Russell, o filho mais velho, Miguel, de 8 anos, apresentou os mesmos sintomas, com uma diferença: bolinhas no corpo parecidas com catapora, porém menores. Ele também teve coceira, febre e marcas na boca.Manifestações clínicasOs vírus que causam a doença mão-pé-boca normalmente habitam no sistema digestivo e podem causar estomatite, uma inflamação caracterizada por aftas na mucosa da boca. O nome da doença se deve à localização mais frequente das lesões, que surgem nas mãos, nos pés e na região da boca.As manifestações clínicas mais comuns da doença, incluem: febre, erupções cutâneas nas mãos, pés e nádegas, além de úlceras na mucosa oral e ao redor da boca, que causam dor intensa. Em alguns casos, as lesões evoluem para bolhas disseminadas. Essas lesões são avermelhadas, não causam coceira e podem conter vírus tanto na secreção quanto nas crostas formadas durante a cicatrização.Outros sintomas que exigem atenção são mal-estar, perda de apetite, vômitos, diarreia, salivação excessiva e dificuldade para engolir devido à dor, o que pode levar à desidratação.O tratamento da doença Mão-Pé-Boca é baseado nos sintomas apresentados pelo paciente e abrange o uso de analgésicos e antitérmicos, higiene das lesões. Também são indicados repouso e ingestão de líquidos para auxiliar na recuperação.Leia mais:Tabagismo, obesidade ou falta de água? Entenda qual fator influencia mais no câncer de rimPolícia internacional em Manaus aposta em IA e satélite para rastrear crimes na Amazônia em tempo real