Junho terminou com um movimento quase invisível nos bastidores que, para a Kinea Investimentos, fez toda a diferença: menos tensão geopolítica, calmaria nos preços do petróleo e a volta das gigantes de tecnologia ao centro das atenções. Em carta divulgada nesta terça-feira (1º), a gestora diz que, assim como pregava Sun Tzu, vencer sem barulho, usando paciência e estratégia, foi a tônica do mês nos mercados globais.A gestora destacou o alívio do risco geopolítico após a resposta rápida e eficiente de Israel ao Irã, movimento que reduziu o prêmio de risco no petróleo e afastou o temor de escalada de conflitos.“Essa combinação de um ‘eixo’ mais frágil e uma liderança americana reativada pode estar, na prática, abrindo espaço para uma desescalada geopolítica”, diz a Kinea. A gestora mantém posições vendidas em petróleo, avaliando que “o prêmio geopolítico era excessivo e já embutia uma interrupção prolongada da produção Iraniana”.No front econômico, a Kinea também traça paralelos com Sun Tzu ao descrever a disputa comercial entre EUA e China: “Em vez de um confronto direto, Beijing usou sua posição estratégica em insumos críticos”, afirma o documento. A restrição chinesa de exportações de minerais raros obrigou Washington a negociar, num movimento que a gestora chama de “rendição sem luta”, gerando alívio para cadeias de semicondutores e ativos de risco expostos ao comércio bilateral.Nos EUA, o mercado de trabalho apertado, resultado de queda na imigração, cria um campo de batalha tático para o Federal Reserve. A gestora adota tom mais pessimista que parte do mercado, e prevê que o banco central americano só deve iniciar cortes de juros no fim do ano, mantendo “o Fed parado até setembro, de modo a esperar para ter maior conhecimento sobre a posição relativa da economia em termos de inflação e emprego”.No Brasil, a carta compara o ciclo de juros a uma longa guerra de desgaste: “Quanto mais se prolonga a guerra, mais o povo se cansa”, cita, apontando que o Banco Central dificilmente retomará a alta de juros e deve iniciar cortes entre o fim de 2025 e início de 2026, após sinais claros de desaceleração da economia e queda da inflação.No mercado acionário, a Kinea reforça apostas no setor de tecnologia dos EUA, destacando que “quase 45% do crescimento de lucros do S&P vem apenas das 7 maiores companhias”, em referência às “Sete Magníficas” que lideram a onda de inteligência artificial.Para a gestora, o momento exige o tipo de estratégia que Sun Tzu descreveu há 2.500 anos: “Os verdadeiramente habilidosos não incitam a ira nem a batalha; conquistam seus objetivos sem alarde”.The post Inspirada em Sun Tzu, Kinea prega estratégia após junho cauteloso, e lista apostas appeared first on InfoMoney.