Com preocupações envolvendo as tarifas de Donald Trump, a economia americana desacelerou mais do que o esperado no primeiro trimestre deste ano, segundo dados revisados do PIB (Produto Interno Bruto) do país. É a primeira retração trimestral desde 2022.Segundo o Departamento do Comércio, a economia dos Estados Unidos contraiu 0,5% entre janeiro e março – antes, a previsão era de uma baixa de 0,2%. O PIB americano é ajustado por variações sazonais e pela inflação.A revisão negativa é um dos primeiros efeitos das tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump.O resultado, até o momento, foi um aumento brusco de importações, buscando evitar os efeitos das taxas, e uma redução nos gastos dos consumidores americanos – que atingiu o menor nível em mais de quatro anos.A incerteza com as tarifas também é acompanhada de temores envolvendo a nova peça orçamentária de Trump, que ainda precisa ser aprovada pelo Senado. O projeto, segundo estimativas do Escritório de Orçamento do Congresso, deve gerar mais US$ 3,8 trilhões em dívidas aos Estados Unidos.A medida promove cortes de impostos e aumento de gastos do governo, que envolvem defesa e cuidados com veteranos de guerra. Leia Mais Trump volta a pressionar Fed e fala em combater Powell Trump diz que assinou acordo com a China nesta quarta-feira Índice de atividade nacional dos EUA cai a -0,28 em maio Entre as reduções de custo estão a diminuição do financiamento para pesquisa científica e mudanças no seguro de saúde americano, o Medicaid, que deixariam cerca de oito milhões de pessoas sem acesso ao benefício.Mesmo com apontamentos sobre a alta na dívida pública, Trump acredita que o projeto vai proteger e criar empregos – além de reduzir taxas e auxiliar o crescimento econômico.Trump espera que a medida seja votada até o dia quatro de julho pelo Senado. Mas o prazo não deve ser cumprido, já que algumas partes do projeto foram derrubadas pelo Legislativo e precisarão ser reformuladas.Tentando frear a aceleração do endividamento, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, prorrogou medidas extraordinárias de gestão de caixa. Segundo Bessent, o Tesouro não conseguiria realizar pagamentos sem um aumento ou suspensão do limite da dívida americana.