Relatório do BC indica que privacidade do Drex ainda não foi resolvida

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O Banco Central do Brasil divulgou nesta quarta-feira (26) um relatório da primeira fase piloto do Drex, afirmando que o projeto de moeda digital ainda precisa de melhorias em privacidade, proteção de dados e segurança.“Conclui-se que é necessário maior aprofundamento para garantir a adequação da plataforma aos requisitos de privacidade, proteção de dados e segurança,” diz a autarquia em seu comunicado público.O relatório afirma que apesar dos avanços na direção da anonimização, as soluções testadas apresentam limitações que comprometem sua adoção no contexto das necessidades de negócio estabelecidas.A falta de controle pelas autoridades sobre os tokens e as limitações na programabilidade e na componibilidade mostram que o estado das soluções carece de maturidade com relação aos requisitos essenciais para um sistema financeiro robusto e dinâmico.O documento contém 73 páginas e mostra o que as empresas apresentaram de casos de uso do Drex ao banco central.No Brasil, o projeto tem a ideia de complementar o Pix, atual sistema de pagamentos instantâneos, mas não deve chegar para a população diretamente. Isso porque, nos planos do Bacen, a nova moeda em formato digital teria o seu uso apenas por instituições autorizadas.Mesmo assim, o relatório indica um possível uso do Drex no Varejo, com tokenização de depósitos para conversão em moeda eletrônica. Vale o destaque que a tecnologia base da moeda é uma DLT, não uma blockchain como das criptomoedas, com o BCB testando a Hyperledger Besu.Drex ainda enfrenta ajustes para garantir privacidade e proteção de dadosPrivacidade, segurança e proteção de dados são pontos mais alarmantes do Drex, principalmente entre aqueles que desconfiam do projeto.Vale o destaque que chegou até o Congresso Nacional um abaixo-assinado que pede o fim do Drex, pelo possível temor de um possível controle estatal que a moeda digital poderia causar.Assim, o Banco Central do Brasil apresentou seu novo relatório indicando que terá um compromisso com a segurança do Drex. Ou seja, os novos rumos que o projeto pode apresentar deverá levar em conta os avanços da segunda fase do piloto, atualmente em andamento.“O BC reitera que o Drex é um projeto institucional que deve aumentar a segurança e a eficiência do Sistema Financeiro Nacional e do Sistema de Pagamentos Brasileiro. Partindo dessa premissa, o BC só avançará nas soluções que garantam privacidade, proteção de dados e segurança das transações. Os passos seguintes dependerão dos resultados da segunda fase.”Diferente de sistemas centralizados como o Sistema de Transferência de Reservas (STR) e o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), que armazenam e processam dados em uma infraestrutura controlada por uma única entidade, a tecnologia DLT propõe um modelo onde as informações são distribuídas entre todos os participantes da rede.Isso elimina um controlador central, mas traz novas questões sobre segurança e privacidade, já que transações podem ser analisadas por qualquer usuário.Para contornar essa exposição, o Piloto Drex está testando métodos de criptografia que possam garantir sigilo nas movimentações e permitir que contratos inteligentes sejam executados sem revelar informações sensíveis.No entanto, essas técnicas ainda enfrentam desafios, como a necessidade de que validadores verifiquem regras e saldos sem comprometer a privacidade dos usuários.O Banco Central pretende avaliar a maturidade dessas soluções e sua aderência ao arcabouço regulatório, buscando um equilíbrio entre segurança e inovação. O resultado desse experimento deve ser crucial para definir os rumos do Drex e sua implementação no sistema financeiro brasileiro.“O principal desafio nesta fase inicial do piloto é equilibrar a privacidade das transações financeiras, conforme preconizado Lei do Sigilo Bancário, com a programabilidade e a descentralização.”, diz o documento.Com início em novembro de 2024, a segunda fase do Drex passou a desconsiderar novos casos de uso para a moeda digital. Desta forma, tudo indica que o foco atual será o de resolver os problemas principais, alvos de críticas públicas e desconfiança da população.Vale o destaque que, enquanto o Drex ainda segue sob avaliação, o Pix segue crescendo no Brasil como meio de pagamento, e ganhou nos últimos dias a opção de pagamento por aproximação.Desafios do BCUm dos principais desafios reside no trilema entre privacidade, programabilidade e descentralização, buscando criar produtos e serviços em uma rede descentralizada com sistemas de privacidade avançados.Em contraste com sistemas centralizados, como o STR e o SPI, que dependem de uma instituição central para armazenar dados e processar operações, a DLT visa eliminar a necessidade de um controlador central único.O relatório do BC explora arquiteturas de privacidade como Prova de Conhecimento Zero (ZKP), segregação de redes, computação confidencial e privacidade por controle de acesso, cada uma com suas complexidades e desafios.As soluções de privacidade testadas no piloto do DREX, incluindo Anonymous Zether, Rayls e Starlight, garantem o anonimato das transações, mas apresentam limitações importantes:A falta de controle das autoridades sobre os tokens é uma preocupação central, impedindo o acompanhamento das operações na rede e a identificação das carteiras de localização dos ativos.Limitações na programabilidade e componibilidade também são apontadas, restringindo a criação de serviços mais complexos.A necessidade de estruturas de dados resilientes fora da rede DLT e a complexidade na coordenação de transações são outros desafios a serem superados.O relatório conclui que, apesar dos avanços, as soluções testadas ainda carecem de maturidade para atender aos requisitos essenciais de um sistema financeiro robusto e dinâmico.Fonte: Relatório do BC indica que privacidade do Drex ainda não foi resolvidaVeja mais notícias sobre Bitcoin. 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