Os governos brasileiro e uruguaio assinaram um memorando de entendimento para ampliar a integração energética entre os países. O documento propõe a transferência do ponto de entrega da energia uruguaia para uma subestação com maior capacidade, a Candiota II no Rio Grande do Sul, que funciona com 525 quilovolts (kv). Firmado em Montevidéu, o acordo permite, assim, um descongestionamento da rede do Sul do País, reduzindo o risco de interrupção dos serviços. “O Uruguai, país-irmão vizinho, tem importado cada vez mais energia do Brasil. E nos exporta também, quando necessitamos. Fortalecer essa interconexão elétrica com o Uruguai é um aprimoramento bem-vindo à integração regional e, certamente, essa medida trará benefícios dos dois lados da fronteira, diminuindo custos e aumentando a confiabilidade do sistema a partir do intercâmbio entre os dois países”, destacou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. “O Brasil tem ampliado sua produção de energia. Neste ano verificamos que, com a melhoria substancial que tivemos no suprimento de energia, pudemos reduzir o despacho de termelétricas, e isso abriu caminho para exportarmos mais aos países vizinhos, desenvolvendo uma cadeia de geração nacional e ajudando a descomprimir o preço para o consumidor brasileiro”, completou o ministro.A nível regional, na primeira quinzena de fevereiro o Brasil exportou 1.093 Megawatt-médios (MWmédios) para a Argentina e o Uruguai, volume que equivale a toda geração termelétrica do Sul no mesmo dia. Na avaliação do Ministério, a recente recuperação dos reservatórios das hidrelétricas também poderá permitir que excedentes hidrelétricos sejam exportados, preservando a segurança energética nacional. De forma geral, a energia disponibilizada como oferta aos países vizinhos, no mercado de curto prazo, é proveniente unicamente de fontes mais caras. Por outro lado, a energia só é importada pelo Brasil quando é efetivamente ofertada no mercado interno a um preço mais baixo do que é praticado.Níveis dos reservatóriosAo fim da primeira quinzena de fevereiro, os reservatórios das usinas hidrelétricas do Sistema Interligado Nacional atingiram a marca de 70% de armazenamento. O número representa 7% a mais de energia armazenada do que o registrado no mesmo período em 2024. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico adotou medidas para restringir a vazão de reservatórios em Mato Grosso do Sul e São Paulo. No Norte, cuja grande parte dos municípios enfrentou escassez hídrica no ano passado, foi determinada a adoção de uma medida para reservar água, principalmente na região do Rio Xingu.