A Hidrovias do Brasil (HBSA3) acumulava até a véspera uma desvalorização de 35% no ano e 13% desde a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24). Já nesta quinta-feira, por volta das 16h30 (horário de Brasília), os ativos saltavam cerca de 13%.A XP Investimentos destacou em relatório dois fatores principais para o movimento de queda recente, o que chamou de “tempestade perfeita”: os resultados abaixo do esperado no período e a confirmação de um aumento de capital previsto para o primeiro trimestre de 2025 (1T25), o que pode resultar em diluição para os acionistas.O balanço financeiro da Hidrovias do Brasil veio aquém das expectativas do consenso, pressionado pelas restrições de calado que afetaram suas operações no Norte e no Sul, resultando em um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) negativo de R$ 2 milhões, valor que o Itaú BBA considera “distante do verdadeiro potencial da empresa em condições normais”. Somado a isso, a empresa divulgou que a receita operacional líquida caiu 23% na comparação anual, para R$ 265 milhões.A companhia, segundo o BBA, teve um dos piores anos para navegação em suas principais rotas, o que prejudicou o transporte de minério de ferro e grãos. No Corredor Sul, os volumes caíram 64% e 51% na comparação anual, respectivamente, o que levou a uma redução de 53% na receita, para R$ 80 milhões. A receita líquida foi negativa em R$ 117 milhões ao considerar os efeitos da contabilidade de hedge.No Corredor Norte, houve queda de 43% no volume total transportado, com recuo nos grãos, mas crescimento de 94% no transporte de fertilizantes. Ainda assim, a receita subiu 6%, totalizando R$ 81 milhões, beneficiada por tarifas mais altas.Leia tambémIbovespa Ao Vivo: Bolsa oscila com PETR4 em queda após balançoBolsas dos EUA operam mistas em meio a novos dados econômicosPetrobras: dividendo frustra mais do que perdas de R$ 17 bi, mas há razão para temor?Capex mais alto por desembolso em Búzios voltou a gerar questionamentos sobre intervenção governamental, mas analistas não veem motivos para tanta preocupação neste pontoO segmento de Navegação Costeira teve um desempenho melhor, sustentado pelo aumento nos preços praticados. O volume transportado de bauxita caiu 13%, mas a empresa conseguiu elevar a receita em 8%, para R$ 64 milhões. No Corredor Santos, as operações de sal compensaram a queda de 13% no transporte de fertilizantes, permitindo uma leve alta de 4% na receita, que alcançou R$ 40 milhões.A pressão sobre o Ebitda, combinada com a desvalorização do real e a dívida atrelada ao dólar, elevou a alavancagem para 6,6 vezes a geração de caixa, o que assustou os investidores. O Itaú BBA avalia que a recuperação do Ebitda ao longo deste ano, somada a um possível aumento de capital, pode reduzir essa relação nos próximos trimestres. No fim do ano, a dívida líquida da empresa atingiu R$ 3,75 bilhões, um crescimento de 17% em 12 meses.Para reforçar sua posição financeira, a companhia obteve um adiantamento de R$ 500 milhões da Ultrapar Logística, além de emitir R$ 400 milhões em debêntures, o que permitiu quitar os vencimentos de janeiro de 2025. Com isso, a maior parte da dívida passou a ter vencimento em 2031.Outro fator que pressionou as ações, conforme a XP Investimentos, foi a proximidade do aumento de capital, confirmado pela administração para ocorrer até março. A expectativa é de que a captação mínima seja de R$ 1,2 bilhão a preços de mercado, o que pode levar a uma diluição de até 48%.Para 2025, a XP vê um cenário mais favorável, sustentado por melhores condições de navegação e uma expectativa positiva para a safra de Mato Grosso. A HBSA já garantiu contratos para o ano com reajustes no preço do frete, estimados em 12%, o que também favorece a Rumo.A visão da XP sobre a empresa tornou-se mais positiva. Mesmo considerando projeções conservadoras e os efeitos do aumento de capital, o novo preço-alvo indica um potencial de valorização de 70%, com uma taxa interna de retorno real de 18,7%. O Itaú BBA mantém recomendação de compra para as ações da companhia, com preço-alvo de R$ 5,20 ao final de 2024, apostando em uma recuperação gradual ao longo do ano. The post Hidrovias do Brasil: tempestade perfeita passou? Após cair 35% no ano, ação salta 13% appeared first on InfoMoney.