A revista britânica The Economist publicou, nesta quinta-feira (27), uma reportagem de capa na qual compara o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao personagem Don Corleone, do clássico “O Poderoso Chefão”.(Reprodução)A publicação argumenta que o republicano está liderando uma “nova ordem mundial”, baseada em alianças pragmáticas e táticas de coerção, que romperiam com o equilíbrio geopolítico estabelecido desde o fim da Segunda Guerra Mundial.Alinhamento incomumUm dos exemplos citados pela The Economist é a votação desta semana na Organização das Nações Unidas (ONU), na qual Estados Unidos, Rússia e Coreia do Norte se alinharam contra uma resolução sobre a guerra na Ucrânia. O posicionamento, que contrariou a tradição diplomática americana, foi descrito como um indicativo das novas prioridades da Casa Branca sob Trump.A revista argumenta que essa nova abordagem faz parte de uma reconfiguração da política internacional, em que potências buscam negociar diretamente entre si e pressionar países menores a aceitar suas condições.“Aproxima-se rapidamente um mundo no qual quem tem poder faz o que quer e em que grandes potências fecham acordos e intimidam as pequenas”, destaca a reportagem.Leia também“Pode bloquear o X, mas não espere o visto”, diz deputado dos EUA a MoraesProposta visa restringir a entrada de autoridades que violem a liberdade de expressão nos EUATrump diz que tarifas sobre México e Canadá entrarão em vigor em 4 de marçoTrump também disse que será cobrada uma taxa adicional de 10% sobre a China nesse diaInfluência globalO artigo aponta que Trump estaria focado em acordos que beneficiem economicamente os EUA, mesmo que isso implique decisões controversas, como uma possível aproximação com Vladimir Putin.A reportagem destaca, por exemplo, um acordo de exploração mineral na Ucrânia, que deve ser assinado nesta sexta-feira (28) entre Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em uma cerimônia na Casa Branca.Segundo a The Economist, Washington teria imposto os termos do acordo a Kiev, aproveitando-se da fragilidade do país diante da guerra. Além disso, em vez de atuar como mediador no conflito, os EUA teriam priorizado negociações diretas com Moscou, excluindo a Ucrânia e outras nações europeias.Novos aliadosAlém de Putin, a revista britânica aponta que essa nova ordem mundial teria outros protagonistas, como o presidente chinês, Xi Jinping; o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu; e o alemão Friedrich Merz, que venceu as eleições no país e deve assumir o governo.A publicação alerta que essa nova configuração pode tornar o mundo mais instável, tornando os EUA “mais fracos e pobres” no longo prazo.The post The Economist compara Trump a Don Corleone e vê nova ordem global “mafiosa” appeared first on InfoMoney.