Ocelot tem 14 qubits, sendo 5 cat qubits (imagem: divulgação)A Amazon anunciou, nesta quinta-feira (27/02), seu novo chip quântico, chamado Ocelot. O protótipo conta com um avanço chamado “qubit gato”, em referência ao famoso conceito do gato de Schrödinger. Este novo componente pode reduzir os erros deste tipo de tecnologia.De acordo com a companhia, os qubits gatos (“cat qubits”, em inglês) armazenam os estados quânticos dos qubits usados no processamento. Eles trabalham de uma forma que “suprime intrinsecamente certas formas de erros”, os chamados bit flips. Para isso, eles usam osciladores, que produzem sinais elétricos em intervalos estáveis, com um material supercondutor chamado tântalo.O Ocelot tem 14 componentes: cinco cat qubits (usados para dados), cinco circuitos de buffer para estabilizar os qubits de dados e quatro qubits adicionais para detectar erros de outro tipo (os phase flips, que são mais prováveis nos cat qubits).Com esta abordagem, a Amazon afirma ser possível reduzir em até 90% o custo de implementar correções de erros quânticos.Por que reduzir erros é importante?Os qubits da computação quântica são muito sensíveis a ruídos, como vibrações, calor e interferência eletromagnética (de Wi-Fi ou celular, por exemplo). Isso gera erros no processamento, tornando as máquinas deste tipo pouco confiáveis até mesmo para tarefas simples.Aqui, vale uma explicação: os qubits são os “bits quânticos”. Enquanto um bit clássico tem apenas os valores binários 0 e 1, um bit quântico tem também a possibilidade de uma superposição, que representa 0 e 1 ao mesmo tempo.Assim, eles podem representar mais informações que um bit clássico, aumentando o poder de processamento. Isso é útil para resolver problemas complexos, como fatoração de números primos ou simulação de moléculas e materiais.O que as concorrentes estão fazendo na computação quântica?A Amazon é a terceira das gigantes da tecnologia a apresentar novidades de computação quântica nos últimos meses.Na semana passada, a Microsoft apresentou o chip quântico Majorana 1. A empresa apostou nas partículas de Majorana e em um estado físico que até então só existiam na teoria.O resultado, de acordo com os pesquisadores da companhia, é uma arquitetura com qubits menores e mais confiáveis. A Microsoft fala em colocar um milhão de qubits em um chip que cabe na palma da mão.Antes das duas, em dezembro de 2024, o Google apresentou o Willow, de 105 qubits. A empresa afirma ter desenvolvido uma abordagem que reduz a quantidade de erros à medida que o número de qubits aumenta.Com isso, foi possível resolver em cinco minutos um problema que um supercomputador tradicional levaria 10 septilhões de anos (!) para terminar.Com informações da BBC, The Verge, Ars Technica e AmazonAmazon apresenta chip quântico com “qubit gato” para reduzir erros