Review Monster Hunter Wilds: campanha curta, mas extremamente empolgante

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História mais curta que dos games anteriores compensa por enredo envolvente, acompanhado por caçadas frenéticas e com mecânicas mais dinâmicas; confira análise completa Monster Hunter Wilds traz uma nova aventura, agora explorando as Terras Proibidas, região inóspita com clima altamente instável, alternando rapidamente entre ciclos de abundância, escassez e intempéries. O game abandona a estética oriental de Monster Hunter Rise (2021) e retorna a uma ambientação mais parecida à de Monster Hunter World (2018), mas em um mundo relativamente menor. Em termos de mecânicas, Monster Hunter Wilds combina e evolui elementos dos jogos anteriores, sendo um título muito mais completo e, principalmente, muito mais dinâmico, inclusive implementando o conceito de mundo aberto, algo que todo fã sempre desejou para a franquia e a Capcom finalmente entregou.Monster Hunter Wilds chega nesta sexta-feira (28) para PlayStation 5 (PS5), Xbox Series X, Xbox Series S, e PC via Steam, custando R$ 332 nos consoles e R$ 279 no PC. Há ainda uma edição Premium, com os pacotes de DLCs cosméticos, saindo por R$ 550 e no PS5 e Xbox, e R$ 442 na Steam. Antes de se popularizar no ocidente com MH: World, a maioria dos jogos da franquia (salvo pelos spin-offs de MH: Stories) focava nas caçadas, sem investir tanto em uma campanha com história. A mudança começou justamente no game de 2018, avançando bastante em MH: Rise, de 2021, e entregando uma narrativa emocionante e envolvente em Wilds, evoluindo todos os aspectos tradicionais e indo além, e você confere a análise completa nas próximas linhas.🎮 Review Dragon Age The Veilguard: competente, mas entrega menos que promete✅ Monster Hunter Wilds: gameplay e requisitos do novo game de caçar monstros➡️ Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e reviewsReview Monster Hunter Wilds: Campanha curta, mas extremamente empolganteReprodução/Daniel Trefilio👉 Quais os melhores jogos de estratégia e RPG? Opine no Fórum do TechTudoMonster Hunter Wilds é a evolução da espéciePara quem não conhece a franquia, é importante estabelecer que Monster Hunter se difere de outros jogos de aventura e exploração, praticamente definindo um gênero próprio, justamente por se tratar de um game focado em caçar monstros em um mundo de fantasia, como o nome já sugere. Sendo assim é preciso deixar claro que apesar de ter finalizado a campanha, o review do TechTudo cobre apenas parte da história para evitar spoilers, mas o jogo em si só começa de verdade após derrotar o último chefe, liberando uma série de recursos mais avançados. Monster Hunter Wilds coloca jogador direto na ação, explicando mecânicas e contextos apenas quando necessárioReprodução/Daniel TrefilioTanto por isso, Monster Hunter Wilds não perde tempo explicando “comos” e “porquês” antes de colocar o jogador no meio da ação, e, apesar de parecer um pouco confuso no começo, não pegar você pela mão ajuda a garantir mais imersão e o senso de urgência da missão principal. Contudo, diferente de outros jogos que adotam a mesma estratégia, Monster Hunter Wilds não simplesmente abandona esse contexto, mas apresenta os detalhes do passado de cada personagem em conversas e pequenas cutscenes conforme a história avança.O sistema de criação de personagens, que já estava excelente em MH: World e Rise, também foi aprimorado no novo jogo. Naturalmente, os Amigatos (Palicos) seguem firmes na série, geralmente acompanhando os caçadores e fornecendo suporte em cidades e postos avançados. Assim como nos games anteriores, o amigato que acompanha o protagonista pode ser personalizado e equipado com armas e armaduras, melhorando seus atributos em batalhas. Palamutes de MH: Rise dão lugar aos Seikrets como montarias fiéis, mas Palicos (Amigatos) seguem firme dando suporte em combateReprodução/Daniel TrefilioDessa forma, o jogo preenche as lacunas relevantes lentamente, sem recorrer a flashbacks longos que quebram o ritmo da história, ou documentos, anotações e relíquias espalhas aleatoriamente pelo mundo que quase sempre acabam ignoradas. Com a adoção do conceito de mundo aberto é possível – e até recomendável – emendar caçadas, sem a obrigatoriedade de retornar à cidade entre abates, o que, além de dar ao mundo uma sensação mais “viva”, de ecossistemas em constante mudança, também facilita muito o sistema multijogador. Inclusive, finalmente o sistema de crossplay chegou a Monster Hunter, permitindo que jogadores de todas as plataformas joguem juntos, melhorando as filas para encontrar partidas.Agora, com poucas configurações, toda sessão é um hub multiplayer em potencial, sendo possível disparar um “Sinalizador de SOS”, que lista missões com um simples atalho no menu radial do analógico. O sistema de criar lobbys para missões pontuais, como forçar uma caçada específica a um superpredador, ainda está presente, mas é mais útil após concluir a campanha principal. Principalmente considerando que assim como em toda a franquia, o nível de caçador só evolui conforme o jogador avança na missão principal, sendo irrelevante gastar muito tempo com grind por equipamentos no início do jogo.Monster Hunter Wilds Review: Em caso de uma luta contra um chefe muito difícil, basta enviar um sinalizador de SOS que a sala se torna um lobby público no modo onlineReprodução/Daniel TrefilioDesbravando as Terras ProibidasLiderada por uma caçadora – ou caçador – experiente, uma unidade de pesquisa da Guilda de Caçadores é designada para uma missão especial: escoltar Nata, um refugiado que se perdeu de seu povo enquanto fugiam do ataque de um grande monstro, até então desconhecido, o Espectro Branco e investigar os detalhes misteriosos do ataque. Até então, as relações entre as tribos das Terras Proibidas e outras regiões eram bastante restritas, com pouquíssimos visitantes se aventurando nos ecossistemas inóspitos, justamente pela dificuldade de viajar em terras cujo clima vai da calmaria e abundância a tempestades terríveis e períodos de escassez em questão de dias. Monster Hunter Wilds Review - Alma (esquerda) e Gemma (direita) são membros da unidade Avis e acompanham a caçadora em sua expedição às Terras ProibidasReprodução/Daniel TrefilioNo entanto, ao resgatar o jovem membro da tribo dos Protetores, ele relatou que seu povo foi atacado por um monstro que, pela descrição, não correspondia a nenhuma espécie catalogada, levando a Guilda dos Caçadores a autorizar uma missão especial para investigar o caso. A unidade Avis, liderada pela protagonista, é composta por Alma, assistente que gerencia e autoriza missões da guilda, e Gemma, ferreira experiente e versátil capaz de forjar equipamentos de qualidade, mesmo em postos temporários improvisados. Sua equipe de pesquisa também é auxiliada por Olívia, que lidera a equipe de expedição às Terras Proibidas, e os membros da divisão de ciência da unidade Astrum, Erik e Werner. Conforme as unidades avançam em suas respectivas missões, fica claro que as condições climáticas inusitadas das Terras Proibidas parecem estar interligadas a estruturas artificiais, resquícios de uma civilização antiga. Consequentemente, a fauna e flora dos ecossistemas locais evoluíram de forma diferente do restante do mundo, para se adaptar aos ciclos três ciclos, de Pousio, Fartura e Intempéries.Monster Hunter Wilds Review: Climas mais hostis normalmente vêm acompanhados de monstros mais perigososReprodução/Daniel TrefilioMundo menor, mas muito diversoNo primeiro deles, as terras ficam geralmente menos ricas em vegetação, apenas com poucas espécies nativas, geralmente as mais resistentes – e assustadoras –, saindo de suas tocas, enquanto o ciclo de Fartura, é mais ameno e caracterizado por uma diversidade maior. Os ciclos de Intempéries, por sua vez, são marcados por fortes tempestades de areia, raios, erupções ou nevascas, conforme cada região, sendo geralmente quando os superpredadores, monstros mais poderosos daquele ecossistema, podem ser encontrados vagando e disputando território com outros monstros.Em Monster Hunter Wilds, superpredadores são os caçadores mais ferozes de cada ecossistema, e geralmente surgem nos períodos de IntempériesReprodução/Daniel TrefilioAssim como os ciclos de dia e noite sempre afetaram quais monstros vão aparecer em cada zona nos jogos anteriores, os diferentes climas adicionam novas combinações de visuais para cada ecossistema. Tecnicamente falando, a estratégia foi uma forma bastante interessante de trabalhar com menos mapas sem comprometer a variedade da experiência em ambientações diferentes, o que possibilitou implementar o contexto de mundo aberto.Outro recurso necessário para essa abordagem mais fluida de exploração é a introdução dos Seikrets assumindo o papel de montaria no lugar dos queridos Palamutes de MH:Rise. Apesar de os cachorros-ninjas fazerem falta, os novos aliados ornam melhor esteticamente com a ambientação de Monster Hunter Wilds. Além de contar com funcionalidades já apresentados no game anterior, como a capacidade de afiar a arma montado para garantir mobilidade em momentos de vulnerabilidade, os Sekirets também carregam um conjunto secundário de armas possibilitando emendar caçadas em sequência, com armas específicas para monstros diferentes, sem precisar retornar ao acampamento. O gancho estilingue agora também permite coletar materiais à distância, mesmo montado no Seikret, facilitando bastante caçar plantas e cogumelos para criar poções e armadilhas.Seikrets memorizam o cheiro de monstros e recursos e navegam automaticamente até o destino designadoReprodução/Daniel TrefilioUma novidade que pode ser divisiva para alguns jogadores, no entanto, é a capacidade dos Seikrets de seguirem rastros. Na prática, ela funciona como um sistema de autonavegação que permite marcar objetivos no mapa, como monstros, recursos ou missões secundárias e alcançá-los facilmente. Principalmente para quem jogou a série pela última vez em MH: World, isto pode causar incômodo, já que o recurso elimina a mecânica de rastrear monstros buscando por trilhas, pegadas, marcas de garras e assim por diante. Por outro lado, considerando o contexto de mundo aberto, o sistema garante que os jogadores nunca ficarão presos sem encontrar o acesso para a área seguinte.Uma notícia excelente para boa parte dos jogadores é que os minigames estilo “Tower Defense” de MH: Rise e as lutas de chefe com sequências de “Quick Time Events” de MH: World foram descartadas. Agora, toda luta depende, exclusivamente, da agilidade dos jogadores e de quão habilidosos eles são com suas armas de escolha, algo que, a meu ver, é mais condizente com a essência da franquia.Mesmo os monstros mais poderosos tendem a ser mais fáceis durante a campanha, com desafio escalando somente após enfrentar o chefe finalReprodução/Daniel TrefilioAlgo que chama muito a atenção na campanha principal é que a maioria das lutas, mesmo as mais decisivas, são relativamente fáceis, mesmo jogando sozinho. Com isso, a curva de aprendizado para jogadores iniciantes é bem menos punitiva, diferente do jogo anterior, que pode ser bem frustrante, principalmente nos chefes finais. Por outro lado, as primeiras missões após o epílogo já são bem mais difíceis, assumindo que o jogador já treinou o suficiente e está pronto para o desafio real de Monster Hunter Wilds.Arte lindíssima, trilha marcante e muito mais acessívelFalando em evolução, as opções de acessibilidade estão excelentes, com modo daltonismo, assistência para deficientes visuais e até modo aracnofobia, que modifica a aparência de monstros inspirados em aranhas. No entanto, a alteração afeta somente os monstros pequenos, preservando a aparência assustadora de monstros gigantes como Nerscylla e Lala Barina. O game também está totalmente localizado em português brasileiro, com menus, legendas e uma boa dublagem, contando com vozes conhecidas como Ricardo Juarez (Kratos, de God of War), Giovanna Calegaretti (Neon, de Valorant) e Nizo Neto (Hermes, de Immortals, Fenyx Rising). A trilha sonora original segue a toada tradicional da série, servindo de pano de fundo para adequar o clima de cada cena, seja para transmitir serenidade em acampamentos, ou ditar o ritmo de lutas frenéticas contra monstros colossais. De maneira geral, o visual foi muito bem trabalhado nos elementos principais, como monstros, armaduras e equipamentos do protagonista e NPCs principais. Arte de personagens principais e em cutscenes é excelente, mas deixam a desejar em pequenos elementos secundários, como NPCs menores ou algumas texturas de cenáriosReprodução/Daniel TrefilioNo entanto, em momentos pontuais, é possível encontrar algumas texturas mais pobres em personagens secundários que aparecem pouco, ou detalhes de fundo, como partes do ambiente, mesmo utilizando o modo “Qualidade” no PS5. A boa notícia é que o game é compatível com taxa de atualização de 120 Hz, e traz a opção de liberar ou travar o FPS, permitindo atingir máxima fluidez em TVs e monitores compatíveis. Monster Hunter Wilds vale a pena?Definitivamente! Sendo muito franco, a melhor parte de Monster Hunter sempre foi o elemento de sair explorando os mapas e caçando os monstros, propriamente, tanto que é muito fácil esquecer da missão principal e simplesmente sair enfrentando monstros pelo mundo. Com os mapas abertos, isto ficou incrivelmente melhor e menos burocrático, com bem menos microgerenciamentos, e ainda assim, a campanha principal entrega mais de 50 horas de conteúdo, sem perder muito tempo fugindo do objetivo.Monster Hunter Wilds combina fartura de elementos tradicionais evoluídos com várias melhorias de qualidade de vida em conceito de mundo abertoReprodução/Daniel TrefilioConsiderando que o jogo começa, de fato, após o fim da história principal com a liberação dos Rankings Avançados de caçada, Monster Hunter Wilds segue a tendência de várias franquias tradicionais que vêm se reinventando: entregar ótimos conteúdos para quem está chegando agora na série, sem comprometer a essência tradicional, amada por veteranos de longa data. Por mais que o mundo seja um pouco menor que o de MH: World, ele tem praticamente o mesmo escopo de Rise, com mais diversidade de ambientes, e eliminando as rebarbas de mecânicas paralelas que mais atrapalhavam que qualquer outra coisa.Initial plugin textThe Witcher 4: tudo que se sabe até agora sobre Ciri, Geralt e mais do jogoLeia também