Nesta segunda-feira (24), enquanto líderes europeus demonstravam apoio ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa Cúpula em Kiev, os Estados Unidos rejeitavam, na Assembleia da ONU, uma resolução que culpava a Rússia pelo início do conflito e reconhecia a integridade territorial da Ucrânia, num claro sinal de enfraquecimento nas relações com o país invadido pelos russos.O presidente da França, Emmanuel Macron, busca se reaproximar do aliado histórico e esteve em Washington, numa reunião bilateral com Donald Trump. A guerra foi o principal assunto.Durante entrevista conjunta, o republicano foi corrigido ao dizer que a Europa queria de volta os valores enviados à Ucrânia. “A Europa está a emprestando dinheiro à Ucrânia e eles estão recebendo o dinheiro deles de volta”, disse Trump. Macron interrompeu. “Não, na verdade, para ser franco, pagamos 60% do esforço total. É como os EUA, e foram empréstimos, garantias, subvenções e fornecemos dinheiro real. Só para esclarecer”, afirmou o presidente francês.Macron admitiu a possibilidade do envio de tropas de forças de paz europeias ao território ucraniano. Trump concordou e disse que Putin não iria se opor, alegando que já havia feito essa pergunta ao líder do Kremlin. O americano falou ainda que a guerra pode acabar em “questão de semanas”, mas não soube dizer se a Rússia devolveria os territórios conquistados no atual conflito.As relações entre Trump e Zelensky se desgastaram muito na última semana. Trump chamou o ucraniano de “ditador” – por não realizar novas eleições após seu mandato expirar. Eleições presidenciais na Ucrânia estavam previstas para o ano passado, mas como o país está sob lei marcial por causa da guerra, não aconteceriam.No fim de semana, Zelensky disse que estaria disposto a renunciar em troca da entrada da Ucrânia na Otan. O governo Trump já disse ser contra a adesão ao grupo, em linha com uma das principais reivindicações de Putin. Leia Mais Macron diz que deu “passos significativos” com Trump pela paz na Ucrânia Petróleo fecha em alta, de olho na guerra da Ucrânia e Opep+ Análise: Encontro entre Trump e Macron saiu "melhor que a encomenda" Após três anos de guerra, em vez do apoio militar e financeiro, oferecidos até aqui pelo ex-presidente americano Joe Biden, agora a Ucrânia negocia um delicado e ainda pouco conhecido plano oferecido pelos diplomatas de Washington, que prevê o recebimento de 50% das receitas de exploração de gás, petróleo e minerais raros ucranianos. O presidente americano se dispôs a receber Zelensky na Casa Branca para assinar o acordo de paz, que segundo o republicano, está perto de acontecer. Este conteúdo foi originalmente publicado em Guerra na Ucrânia completa três anos com reviravolta na diplomacia dos EUA no site CNN Brasil.