Automação: o futuro é produzir mais ou viver melhor?

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Imagine que você acorda, pega seu café e senta para trabalhar. Seu assistente de IA pessoal já filtrou seus e-mails, organizou sua agenda e até respondeu algumas mensagens básicas. Parece o paraíso da produtividade, certo? Mas tem um detalhe: seu agente de IA nunca para. E isso significa que você terá que trabalhar mais? Não necessariamente.O mundo do trabalho está mudando tão rápido que mal conseguimos piscar sem que um novo software, algoritmo ou inteligência artificial esteja substituindo uma tarefa que, até ontem, parecia essencial. Mas, ao contrário do que muitos pensam, a automação de processos não significa que estaremos condenados a uma vida de trabalho infinito.A promessa da automação de processos sempre foi a de nos libertar das tarefas repetitivas e burocráticas e, ao contrário do medo de que isso nos tornaria reféns de um ciclo infinito de produtividade, o que vemos é uma redistribuição do tempo. Responder e-mails virou uma tarefa de poucos minutos, permitindo que nos concentremos em decisões mais estratégicas e criativas.A maioria das empresas quer automatizar parte dos negócios. Imagem: NONGASIMO/ShutterstockOs chatbots fazem o primeiro atendimento ao cliente, liberando tempo para que possamos focar em soluções mais humanas e inovadoras. Os algoritmos filtram candidatos para vagas, reduzindo a carga de trabalho operacional do RH. Em vez de trabalhar mais, estamos trabalhando melhor, com menos desperdício de tempo e esforço.De acordo com uma pesquisa realizada pelo Salesforce, 91% das empresas desejam automatizar processos de negócios. A demanda por tecnologias deste tipo é particularmente alta nos departamentos de pesquisa e serviços administrativos, em que, respectivamente, 39% e 38% desses setores consideram a automação de processos como vital para o desenvolvimento do negócio.A ilusão do “trabalho sem fim”Se antes a produtividade tinha limites físicos – o expediente acabava, os escritórios fechavam, os computadores eram desligados –, hoje o trabalho está em todos os lugares. Mas isso não significa que precisamos estar sempre disponíveis. A IA permite que as tarefas rotineiras continuem girando, mas isso deve ser uma ferramenta a nosso favor, não um fardo.O resultado? Uma nova mentalidade sobre produtividade. Empresas não precisam esperar que produzamos mais por conta da IA, mas sim que usemos esse tempo extra de forma mais eficiente, sem a pressão de estar sempre ativos.Vivemos constantemente conectados. E os agentes de IA poderão nos ajudar a dosar melhor a nossa divisão de tempo para as diferentes atividades do dia a dia. (Imagem: TeeStocker/Shutterstock)A automação de processos não nos torna workaholics. Na verdade, ela pode ser a chave para um equilíbrio melhor entre vida pessoal e profissional. O verdadeiro desafio não é produzir mais, e sim aprender a aproveitar o tempo que a tecnologia nos devolve. Estabelecer limites, redefinir produtividade e entender que não precisamos ocupar cada segundo livre com mais trabalho.O futuro não pertence apenas a quem trabalha melhor com IA, mas a quem souber equilibrar tecnologia e humanidade. A automação de processos pode ser uma aliada na busca por um ritmo de trabalho mais sustentável e saudável.Então, a grande pergunta não é se trabalharemos mais com a IA. A pergunta certa é: vamos, finalmente, aprender a trabalhar menos e viver mais?O post Automação: o futuro é produzir mais ou viver melhor? apareceu primeiro em Olhar Digital.