O trabalho que você conhece vai acabar! E isso não é ruim

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Por Stéfano Venturato*Imagine que você acorda em 2030 e descobre que um terço do trabalho do mundo é feito por Inteligência Artificial, um terço por tecnologia + humanos e outra parte apenas pelos homens? Agora respire fundo e segure o impulso e corra para as montanhas onde ainda há trabalho para nós, meros mortais.O Fórum Econômico Mundial jogou essa “bomba” com sua pesquisa sobre o Futuro do Trabalho 2030. Hoje, 47% do trabalho é puramente humano. Em seis anos, esse número cairá para 33%. Enquanto isso, a IA quase dobrará sua fatia, passando de 22% para 34%. Parece uma redistribuição tranquila? Nem tanto.A ressignificação do trabalhoTrabalhar sempre foi uma dessas coisas que definem nossa identidade. Pergunte a alguém “quem é você?” e a resposta raramente será “um ser humano em busca de sentido e conexão”. Em vez disso, ouvimos: “sou advogado”, “sou engenheiro”, “sou designer”. Mas e quando o advogado tiver um algoritmo que lê jurisprudências em segundos? O engenheiro um modelo que otimiza cálculos? O designer é um gerador de imagens que faz 500 variações em cinco segundos? A mudança não é só tecnológica, mas existencial. Precisamos redefinir “o que significa trabalhar?”e, mais do que isso, “o que significa ser relevante?”.Mas o que esperar de fato diante dessas e outras pesquisas sobre o futuro do trabalho? O apocalipse do desemprego? Nem tanto. O problema não é o desaparecimento de vagas, mas a transformação delas. Algumas funções vão sumir (adeus, tarefas repetitivas), outras vão nascer, como o caso dos especialistas em IA generativa, designers de prompts, auditores de decisões algorítmicas. A diferença? Um mercado que não precisará mais de “executores de tarefas”, mas de pensadores estratégicos, criativos e adaptáveis.É aí que vem o desafio. Muitos profissionais serão “jogados” nesse novo mundo sem manual de instruções, e as empresas que se prepararem para a reskilling (requalificação) vão sobreviver. As que não, seria recomendado alguém avisaro RH que demissões em massa não serão uma boa estratégia de longo prazo.O que nos resta fazer?Antes de sair comprando um bunker e estocando comida enlatada, é melhor respirar e encarar os fatos. A IA não está vindo para acabar com o trabalho, mas para mudar nossa essência. Quem entender isso vai “surfar a onda”, em vez de ser levado por ela. O primeiro passo é parar de ver a tecnologia como inimiga e começar a trabalhar com  ou em favor dela. Em 2030, as maiores oportunidades estarão na interseção entre humanos e a IA, afinal, se a máquina faz o trabalho bruto, o diferencial será quem sabe direcioná-la. O jogo não é "humano vs IA", mas será "humano + IA vs humano sem IA".É isso! Quem quiser permanecer e se manter relevante precisa focar no que as máquinas ainda não fazem bem, como pensamento crítico, criatividade, empatia e comunicação estratégica. Algoritmos podem gerar ideias, mas não sabem quais fazem sentido. Podem escrever e-mails, mas não sabem persuadir. A diferença entre quem será substituído e quem será indispensável está em quem sabe tomar decisões.Por fim, vale a velha máxima do aprendizado contínuo, ou seja, empresas e profissionais precisam parar de ver a educação como algo opcional e entender como algo fundamental. O futuro exigirá constante adaptação: hoje você aprende para um cargo, amanhã aprende para continuar empregado.Bem-vindo ao hoje. Não espere 2030. A IA está aqui e veio para ficar. A pergunta é: você está pronto para isso?*Head de inovação e novos negócios da TalentX Digital.Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube