O general da reserva Mário Fernandes, apontado pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid como um dos mais radicais na pressão para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentasse um golpe, fez um pedido inusitado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.O militar pediu para utilizar um computador do quartel para preparar sua defesa na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).Detido em uma cela de um batalhão do Exército no Rio de Janeiro após ser alvo da Polícia Federal (PF), o general foi informado por seus advogados sobre a denúncia da PGR e solicitou a adoção de uma estratégia de defesa.Como o local não permite que advogados ingressem com equipamentos eletrônicos, ele pediu autorização para usar um computador da unidade prisional a fim de acessar os documentos anexados ao processo. Leia também Fabio Serapião General diz ter falado com Bolsonaro sobre data de golpe; ouça áudio Brasil Cid diz que Bolsonaro apresentou minuta do golpe para general Brasil General apresentou plano a Bolsonaro para infiltrar Abin em campanhas Mirelle Pinheiro Arma para o alto e briga generalizada. Como era festa na boate do CV O pedido, no entanto, foi negado por Moraes. O ministro ressaltou que a legislação não prevê o uso de dispositivos eletrônicos por presos em unidades militares. “Além disso, a utilização de eletrônicos por preso provisório é expressamente vedada na legislação, nos termos do art. 50, VII e parágrafo único, da Lei 7.210/84”, explicou.“Nesse contexto, os advogados regularmente constituídos podem levar cópias impressas de peças processuais ao denunciado Mário Fernandes, oportunizando assim sua efetiva participação nas discussões defensivas, garantindo o exercício da ampla defesa”, afirmou Moraes.PrisãoMário Fernandes foi preso em novembro do ano passado, suspeito de envolvimento em um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Moraes. O general chegou a atuar como assessor no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello, na Câmara dos Deputados.Na mesma operação, a Polícia Federal prendeu o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, o major Rafael Martins de Oliveira e o policial federal Wladimir Matos Soares.