O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, um dos “kids pretos” do Exército que portava um pendrive com o plano da tentativa de golpe, foi transferido do batalhão de Brasília para o de Manaus na última semana. A operação foi organizada pelo Exército e confirmada pelo Metrópoles.Preso no Rio de Janeiro em novembro, Lima estava detido desde dezembro nas instalações do Comando Militar do Planalto, em Brasília. A transferência para Manaus foi formalizada na comunicação oficial de mudança de local de detenção e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes.O oficial foi incluído na lista de denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na última semana. No documento assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, ele é acusado de crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado. Leia também Fabio Serapião Kids pretos pressionaram Comando do Exército por golpe, diz PGR Fabio Serapião Áudios mostram reunião de Kids Pretos sobre plano contra Moraes; ouça Distrito Federal “Kid preto” temeu levar multa do Detran-DF durante trama golpista Brasil “Kid preto” pede que Moraes anule delação de Cid por vazamentos DenúnciaA denúncia da PGR foi apresentada contra 33 pessoas e o ex-presidente Bolsonaro. Em 884 páginas, Gonet considerou que o ex-presidente da República seria o líder de organização criminosa que atuou para planejar golpe de Estado que o manteria no poder mesmo após derrota para Lula (PT) nas eleições de 2022.“A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o general Braga Netto. Ambos aceitaram, estimularam e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático”, disse Gonet na denúncia.